A Interjovem/CGTP-IN convocou para terça-feira uma manifestação nacional de jovens trabalhadores contra a precariedade e os baixos salários, com o seu coordenador, João Barreiros, a estimar uma "muito boa participação" na ação de luta.
"Estimamos uma muito boa participação de jovens trabalhadores", disse o coordenador em conferência de imprensa sobre o protesto, em Lisboa, adiantando que está prevista a vinda de autocarros de todo o país.
A manifestação nacional da juventude trabalhadora tem como lema "O tempo é hoje! Vencer a precariedade, defender os nossos direitos" e realiza-se na mesma data em que se assinala o Dia Nacional da Juventude.
A manifestação parte da Praça da Figueira, Lisboa, às 15:00, e segue em direção à Assembleia da República, onde, pelas 17:00, haverá uma intervenção do coordenador da Interjovem, João Barreiros, e do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.
"Temos sentido que há uma grande disponibilidade [dos jovens] para participar na manifestação, os trabalhadores estão mobilizados em todos os pontos do país", afirmou João Barreiros, que apontou que "83% dos postos de trabalho criados, desde 2013, é com vínculo precário".
O sindicalista defendeu a necessidade de "acabar com o flagelo" da precariedade e da política de baixos salários.
"É necessário um sinal positivo [da parte do Governo] também para o privado", disse, recordando que "cada vez há mais empresas de trabalho temporário", o que prolonga a situação.
"Da parte do primeiro-ministro foi claro que este modelo não servia" para o país, pelo que o Governo "tem de dar um sinal" sobre o assunto, acrescentou.
"A precariedade é a antecâmara do desemprego", salientou João Barreiros.
O coordenador da Interjovem deu o exemplo do novo comboio Alfa Pendular, que se estreou na semana passada, e que "foi modernizado por jovens trabalhadores no Entroncamento, a maioria deles precários".
João Barreiros disse ainda que a manifestação vai contar com as presenças dos trabalhadores do 'call center' [centro de atendimento] da PT de Lisboa e do Porto, bem como da EDP, entre outras empresas e setores - desde a construção, passando pela cerâmica e pela hotelaria.
Durante a hora de almoço de terça-feira, os trabalhadores do 'call center' da PT vão concentrar-se junto às instalações da empresa, juntando-se, posteriormente, à manifestação.
Também na terça-feira haverá uma manifestação de jovens trabalhadores na Madeira, durante a manhã.
Para João Barreiros, a continuar a situação de precariedade e de baixos salários, o crescimento da economia portuguesa poderá ser afetado.
A data da manifestação - 28 de março - é simbólica, porque há 70 anos (1947) centenas de jovens juntaram-se num acampamento organizado pelo Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil) em Bela Mandil, no Algarve.
"Nesse dia, tal como já tinha acontecido noutras vezes e a outros antifascistas, foram reprimidos de forma violenta pela PIDE [polícia política]. Foi a luta destes jovens e do povo do nosso país que levou, após anos de resistência, à Revolução de Abril e às conquistas que ela nos trouxe", sublinha a CGTP, em comunicado hoje divulgado.
Fonte: Lusa
Foto: © Global Imagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário