Agência considera que melhorias na economia e nas finanças públicas não compensam peso da dívida pública e privada e fragilidade da banca, que necessita de resolver o problema do crédito mal parado.
A mensagem é clara: o rating de Portugal pode sair do patamar lixo se forem adotadas medidas que reduzam o crédito mal parado da banca.
A Standard & Poor's vê com bons olhos a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, mas lembra que uma redução dos ativos maus do sistema financeiro libertaria fundos para melhorar as condições dos empréstimos no país. A ideia vai ao encontro da intenção do governo, que há meses fala na criação de um veículo para acolher o peso dos empréstimos não produtivos do sistema financeiro - um banco mau.
Os maus créditos e o peso da dívida pública e privada continuam, aliás, a ser os dois principais motivos para que a Standard & Poor's não aumente a nota dos títulos nacionais.
A agência sublinha que, no final deste ano, o peso dos empréstimos ainda deve rondar os 118% do Produto Interno Bruto, caindo dois pontos percentuais até 2020.
Quanto aos indicadores macroeconómicos e de finanças públicas, a Standard & Poor's reconhece um conjunto de melhorias, e até estima um crescimento de 1,6%, superior em uma décima de ponto percentual ao previsto pelo governo.
O défice também foi, escrevem os especialistas da empresa norte-americana, melhor do que o antecipado.
Mas a casa de notação financeira sublinha que estas evoluções, a do crescimento e a do défice das contas públicas, não chegam, quando colocadas ao lado dos desenvolvimentos na banca e na dívida, para levantar a nota, e nem sequer a perspetiva, que se mantém estável. O que significa que não haverá, nos próximos tempos, nem uma melhoria nem uma degradação da classificação da dívida nacional.
Fonte: TSF
Foto: Paulo Whitaker / Reuters
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