Caro Amigos,
Por razões de saúde do Presidente da Direcção da ADASCA só agora foi possível disponibilizar as imagens na íntegra alusivas ao 10ª. aniversário da ADASCA - Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro.
Nenhuma foi excluída. Quem pretender vê-las em tamanho maior clique encima da mesma.
A
Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mais
conhecida por ADASCA, completou no pretérito dia 6 do corrente mês
10 anos de existência. Dez anos recheados de tribulações, lutas,
incompreensões, escalando todo o tipo de obstáculos para chegar até
aqui, com os resultados alcançados que nos satisfaz.
Reconhecemos
que podíamos ter ido mais além, assim tivéssemos recebido os
apoios solicitados. Sim, em vez de apoios, foram-nos levantados
condicionalismos, limitando as nossas actividades, sendo o Centro de
Sangue e Transplantação de Coimbra uma das entidades visadas, o que
nos deixa numa situação de claro embaraço, na medida em que, é
com o mesmo que estamos condenados a trabalhar.
É
justo colocar a seguinte observação: há ou não falta de sangue?
Se há falta de sangue porque razão não nos é permitido realizar
mais sessões de colheitas? Porque razão continua o CTS de Coimbra a
bloquear a entrada da ADASCA no Campus Universitário da Universidade
de Aveiro (com quem mantemos um protocolo à uns anos), onde se podia
aumentar o universo de dadores jovens? Que interesses esquisitos
existem objectivamente neste impedimento? Face a tudo isto não
acreditamos que a necessidade de sangue seja assim tão preocupante,
talvez se trate de um truque para recorrer a publicidade gratuita.
A
imprensa em tempos anunciou que o IPST já tinha um novo Presidente
do Conselho Directivo, contudo, pelo que nos é dado saber ainda não
entrou em funções, caso contrário estaria connosco nesta singela
cerimónia honrando o 10º. Aniversário da única da associação de
dadores legalmente existente no Concelho de Aveiro, que tem
desenvolvido um trabalho em prol da dádiva nunca antes realizado.
Devemos
ser consequentes com o que dizemos e fazemos, creio ter sido este o
sentimento que levou o novo presidente do IPST quando dirigiu uma
mensagem às associações de dadores e por sua vez aos dadores de
sangue, quando escreve: “Numa época da nossa vivência coletiva
marcada pelos interesses individuais, em que o egoísmo faz perigar
as diversas iniciativas de voluntariado em prol do bem comum e de
causas sociais, é de relevar o excecional papel das Associações e
Federações de Dadores na dinamização e mobilização
dos cidadãos para fazerem a sua dádiva de sangue”.
Mais
“O IPST reconhece que as vossas Associações são parceiros
activos e empenhados na dádiva voluntária, contribuindo para a
manutenção das reservas de sangue e seus componentes, que são de
valor estratégico para o País.
Continua
“O IPST está consciente da inabalável vontade dos Dadores e das
suas Associações manterem esta actividade, não vacilando perante
frases feitas e chavões, proferidas por quem não percebe que com a
dádiva de sangue benévola, e voluntária, não remunerada, não há
negócio algum”!
Por
fim “O IPST pretende desenvolver os níveis de colaboração com as
Associações de Dadores, incrementando sinergias, reconhecendo que
também temos um caminho comum a percorrer face aos desafios que no
futuro se colocarão à dádiva de sangue”, assinado pelo Dr. João
Paulo Almeida e Sousa Presidente do Conselho Diretivo do IPST, IP.
Passando
para outro campo «A política bem entendida, é uma forma de
Caridade» disse um dia o Papa Pio XI. «A roda do tempo não anda
para trás, é certo, mas, nem por isso deixa de ser roda e de rodar.
A hora da democracia formal já passou, irremediavelmente» escreveu
Gustav Canadal, dois pontos de vista que subscrevo.
Pelo
que nos é dado saber, num passado não muito longínquo, surgiram
diversas tentativas para fundar uma associação de dadores nesta
cidade. Nenhuma das tentativas vingou porque a traição triunfou
sobre a cabeça pensante em tal projecto, o mesmo esteve para
acontecer com a ADASCA. O que nos deixa bastante contristados é
saber que decorridos estes anos, alguém ainda põe em causa a
existência da ADASCA, só assim podemos compreender a falta de
apoios financeiros. Estamos nós perante um comportamento típico da
cultura da comunidade aveirense? É possível. Será ela merecedora
ter no seu meio uma associação com esta dinâmica?
A
ADASCA além do contrato de comodato que mantém para a utilização
das duas lojas, sendo uma para Sede e a outra para recolha de sangue,
necessita do apoio financeiro da Câmara Municipal de Aveiro, da
União de Freguesias porque estamos a braços com a necessidade de
adquirir uma carrinha para melhor desenvolvermos as nossas
actividades em prol da dádiva de sangue pelo Concelho, tendo em
conta que as despesas com o combustível não são consideradas como
elegíveis pelo IPST.
As
boas intenções alinhadas com a vontade de ajudar podem traduzir-se
em actos consumados para bem de todos, assim esperamos. Nesse
sentido, vão ser enviados em breve pelos meios normais os
correspondentes pedidos a solicitar apoio financeiro.
Por
fim, a crise de valores humanos no sentido de assumir funções em
lugares associativos, é preocupante e não estamos a ver como vai
ser contornada. Sentimos a necessidade de integrar jovens nos órgãos
sociais da associação, porque os com idade mais avançada têm
manifestado a vontade de se distanciar, passar a viver tempos de
merecida tranquilidade.
Também
sinto algum cansaço, decorridos quase 11 anos como voluntário a
tempo inteiro na associação de que sou o principal fundador e
actual presidente da direcção, não é de admirar.
Admirar,
isso sim, é ainda continuar aqui, incomodar quem toma as decisões
nos gabinetes, muitas delas desajustadas com a realidade que vivemos
no terreno.
Continuamos
com os mesmos problemas de sempre: a isenção das taxas moderadoras
nos centros de saúde funciona mal, a contagem do tempo para efeitos
da isenção é determinada pelo administrativo em serviço,
desrespeitando flagrantemente a lei, isto para não falarmos das
normas existentes no Centro Hospitalar do Baixo Vouga. Como é
possível praticar estas ilegalidades uma vez que todas estas
entidades dependem do Ministério da Saúde? A lei existe para ser
respeitada ou para ser desrespeitada?
Quem
não é por nós dadores, é clara e objectivamente contra nós
dadores de sangue.
Aproveito
o ensejo para dar a conhecer os resultados alcançados nestes anos de
actividade com inicio a 29 de Dezembro de 2006 até 31 de Dezembro de
2016:
-
Dadores inscritos: 22.836
-
Total de Colheitas: 17.953
-
Nesta data a ADASCA congrega cerca de 3714 dadores associados de
pleno direito.
Senão
nos fossem impostos tantos condicionalismos pelo CST de Coimbra, sem
dúvida que os resultados eram bem mais elevados, essa a razão pela
qual temos sérias dúvidas que há falta de sangue. Chegamos à
situação mais ridícula e assim concluo: mendigar para realizar
mais sessões de colheitas. Não estamos perante escassez de sangue,
estamos sim, perante uma muralha erguida de interesses instalados que
nos dá que pensar. BASTA.
Joaquim
Carlos
Fundador
| Presidente da Direcção da ADASCA
Aveiro,
18 de Fevereiro de 2017
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