Fátima, 12 Mai 2017 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano recordou hoje em Fátima milhões de pessoas que vivem em situações de conflito e os “deslocados” de guerra que “morrem tragicamente”, cuja história os convida a construir a paz.
“Com frequência somos surpreendidos por imagens de morte, pela dor de inocentes que imploram ajuda e consolação, pelo luto de quem chora uma pessoa querida por causa do ódio e da violência, surpreendidos pelo drama dos deslocados que fogem da guerra ou dos migrantes que morrem tragicamente”, declarou o cardeal Pietro Parolin, na homilia da Missa vespertina da peregrinação internacional aniversária do 13 de maio, citando o Papa Francisco.
Já após o Papa se ter deslocado para a Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde vai passar a noite, o secretário de Estado do Vaticano disse aos peregrinos reunidos no Santuário de Fátima que se disponibilizem para ser instrumentos de Jesus, “para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens”.
Para este responsável, a conversão, a oração reparadora e a consagração são “meios aparentemente inúteis” mas são caminhos para “intervir a favor da paz”.
“Ofereçamos-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projetos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus”, disse D. Pietro Parolin.
No Santuário que “guarda a memória das Aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos”, o cardeal italiano pediu “perseverança” na consagração ao Imaculado Coração de Maria, respondendo ao apelo de Fátima.
“E se, não obstante a oração, as guerras persistirem? Ainda que não se veja resultados imediatos, perseveremos na oração; esta nunca é inútil”, observlou.
A oração, lembrou o responsável, é um investimento que o ser humano põe nas mãos de Deus, “que Ele coloca a render” segundo um tempo “muito diferente do nosso”.
Como uma “mãe preocupada com as tribulações dos filhos”, Nossa Senhora apareceu em Fátima trazendo uma “mensagem de consolação e esperança para a humanidade em guerra e para a Igreja sofredora” e convidando à confiança.
“No fim, vencerão o amor e a paz, porque a misericórdia de Deus é mais forte que o poder do mal. O que parece impossível aos homens, é possível a Deus”, assinalou D. Pietro Parolin recordando palavras da Aparição de julho de 1917.
A cerimónia concluiu-se já depois da meia-noite, com a chuva a fazer-se sentir sobre os peregrinos, muitos dos quais vão pernoitar na esplanada do Santuário de Fátima.
A instituição anunciou a presença de 366 peregrinações organizadas, com 26 340 pessoas.
O programa da primeira peregrinação internacional do centenário das aparições prossegue este sábado, com a Missa presidida pelo Papa Francisco, às 10h00, que se inicia com o rito de canonização de Francisco e Jacinta Marto, os dois mais jovens dos três videntes de Fátima.
LS/OC
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