David Dinis, Director
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Já são públicas as gravações que comprometem Temer. A divulgação foi, aliás, autorizada pelo juiz do Supremo. São mais de 40 minutos que mostram o Presidente a autorizar um empresário a comprar o silêncio de um envolvido no caso Lava-Jato ("tem que manter isso, viu?"). A verdade é que Temer arriscou a Presidência numa gravação - e já há vários deputados a pedir a sua saída. Para já, a sua resposta é "não" ("não comprei o silêncio de ninguém"). Mas aguentará? Noite fora já houve manifestações nas ruas, com confrontos incluídos.
Eis a síntese do que se está a passar no Brasil. E o retrato da empresa que foi apanhada com a mão na massa. Hoje seguramente haverá mais.
Falando de impeachment, eis o que respondeu Trump (sobre o seu próprio): essa hipótese é “totalmente ridícula”. Uma caça às bruxas, disse o Presidente ("Que las hay, las hay"). E o novo director do FBI está para breve.
Na Venezuela as coisas também não vão fáceis: um luso-descendente morreu num protesto, devido a uma bala de borracha disparada pela polícia. E não foi o único atingido.
Morreu o antigo governador de Timor-Leste, Mário Carrascalão, um dia depois de ter sido agraciado com a mais alta condecoração do país. Terá sofrido um ataque cardíaco enquanro conduzia.
(Para isto não começar demasiado triste, aqui vai uma bem bonita: a voz de Salvador encontrou a guitarra de Caetano Veloso “numa noite maravilhosa”. Mesmo maravilhosa)
As notícias do dia
Na nossa manchete está uma pressão sobre o Governo: PCP e Bloco foram pedir a Costa para este aplicar as promessas do último Orçamento. A Maria Lopes conta-nos os detalhes (e os dossiês sensíveis que nunca mais saem da gaveta). E Marisa Matias, do BE, alerta no jornal i: "É o PS quem tem capitalizado mais com a geringonça".
Na Ciência, outro problema por resolver: há bolseiros da FCT a trabalhar há oito meses sem receber.
Encalhada está também um consenso para a ERC, entidade que regula a comunicação social, sem que PSD ou PS cedam um milímetro. Já sobre as novas declarações de rendimentos de políticos, houve finalmente fumo branco.
E quem é que mantém um optimismo crónico? Marcelo, que acha que podemos crescer 3,2%.
Ainda na política, eis os desenvolvimentos do caso Selminho: a oposição passou ao ataque a Rui Moreira - com a única excepção do CDS -, depois das revelações do PÚBLICO. A PJ ouviu ontem testemunhas no âmbito da investigação em curso. Aqui está o que a Margarida Gomes soube e o que ouviu. Também uma cronologia do caso. E uma breve nota editorial sobre o processo que Moreira diz que vai pôr ao PÚBLICO.
E mais um obstáculo aos novos poderes das secretas: depois do PÚBLICO ter noticiado as reservas da Comissão de Protecção de Dados, o DN fala das dos juízes.
Falando em processos: a acusação contra o ex-número dois de Angolaentrou numa nova fase. Mas ainda está preso por um dilema chamado imunidade.
Na Justiça, as novidades passam por... presos autorizados a sair para estudar ou trabalhar.
E também por uma ajuda às empresas: vem aí um mediador de recuperação de empresas; e um alívio para novos gestores (que ficam sem responsabilidade por dívidas passadas).
Na Caixa já se resolvem problemas: Paulo Macedo teve prejuízos no primeiro trimestre, mas reservou uns milhões para reformas antecipadas. Já em Almeida, tudo tranquilo, diz Macedo.
Ainda da Caixa vem uma notícia boa (que talvez queira dizer algo menos bom de outro lado): ganhou 1.122 milhões de euros em depósitos. Só em três meses. Mas também um alerta para Centeno: Bruxelas quer um défice à prova de Caixa, diz o Negócios de hoje.
Já agora, fica um apelo às mulheres: o Banco de Leite Humano só tem um terço das dadoras de que necessita. Quem puder ajudar, há crianças que agradecem.
E o ípsilon? Que traz?
"A América do outro lado do espelho", um texto belíssimo da Isabel Lucas a propósito da estreia de Eu não sou negro - espelho do livro inacabado do notável James Baldwin sobre o racismo na América. O Luís Miguel Oliveira também já o viu ediz isto sobre o filme: "É uma peça importante para se perceber um pouco melhor o que raio se passa, o que raio ainda se passa, na América destes dias".
E também um olhar sobre a exposição sobre os Pink Floyd, em Londres, feita pelo nosso Vítor Belanciano.
Claro, estes são apenas os destaques. Porque também há mais cinema, teatro,música e livros. E televisão também.
A agenda do dia
- Mário Centeno é ouvido pelos deputados, numa comissão parlamentar onde os números do PIB servirão de bandeira;
- O ministro da Educação apresenta o Pacto Territorial para o Emprego e Desenvolvimento 2030, que potencia iniciativas criadoras de postos de trabalho;
- Assunção Cristas explica o seu plano para o Metropolitano de Lisboa (depois da polémica da semana passada);
- Em Lisboa está o líder da UNITA estará a exigir observadores independentes para as eleições angolanas deste Verão;
- Na Croácia está ainda Marcelo, no último dia desta visita oficial;
- É dia de eleições no Irão, que opõem o isolacionista Raisi desafia o globalista Rouhani (e vale a pena saber aqui por que são tão importantes).
Só mais um minuto...
... para lhe deixar o nosso Editorial de hoje. É sobre jornalismo, sobre o que aqui fazemos e queremos fazer, sobre os custos do jornalismo de qualidade. É uma carta aberta para si, pedindo que passe palavra. E como carta que é, só podia começar assim: Caro Leitor,
É aqui que me despeço, não sem antes lhe deixar as portas abertas para um fim-de-semana em grande: aqui está o Guia do Lazer (cheio de ideias para preencher bem os dias); e o Cinecartaz (para escolher aquele filme, enquanto não chegam os que o Vasco Câmara está a seguir em Cannes). E não se esqueça: amanhã tem a Fugas também.
Tenha um dia óptimo. E um fantástico fim-de-semana.
Até já!
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