O presidente do Brasil, Michel Temer, e o senador Aécio Neves são acusados de atuar em conjunto para impedir o avanço das investigações de corrupção da Operação Lava Jato.
O Procurador-Geral da República acusou Temer de crimes de corrupção passiva e formação de organização criminosa.
A acusação consta no documento que a Procuradoria Geral da República (PGR) dirigiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que está na origem na abertura do inquérito contra o chefe de Estado brasileiro.
Segundo Janot, Aécio Neves, em articulação com outros políticos, incluindo o Presidente, tentou impedir o avanço da operação Lava Jato sugerindo a escolha de delegados da polícia corruptos para a condução das investigações.
"Assim, vemos a possível prática do crime de obstrução da justiça", destaca Rodrigo Janot, no documento enviado ao magistrado do STF, Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato.
O PGR também considera que Michel Temer cometeu os crimes de corrupção passiva e formação de organização criminosa.
O Presidente brasileiro foi envolvido diretamente num escândalo de corrupção causado por um acordo judicial firmado pelos irmãos e donos da produtora de carne brasileira JBS, Joesley Batista e Wesley Batista.
No seu acordo de colaboração com a Justiça, o empresário Joesley Batista entregou uma gravação secreta que compromete o chefe de Estado brasileiro.
O empresário também confessou que desde 2010 que subornava Michel Temer, segundo documentos divulgados hoje pelo STF.
O pedido de abertura de inquérito assinado pelo Procurador-Geral destaca que a gravação entregue pelo empresário mostra que Michel Temer deu "aval" para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da câmara baixa brasileira, atualmente a cumprir pena de prisão por corrupção.
Após a divulgação das gravações, Michel Temer anunciou quinta-feira, em comunicação pública, que não renunciava e alegou que as investigações do STF provarão que está inocente.
Fonte: JN
Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS
Nenhum comentário:
Postar um comentário