"Há pessoas que teimam em ficar, não conseguimos tirá-las de lá", diz autarca de Góis. Em Pedrógão, 13 aldeias foram evacuadas.
As elevadas temperaturas e vento forte estão a provocar o alastramento do incêndio que lavra no concelho de Góis e que já obrigou à evacuação de 27 aldeias, originando ainda a retirada de 56 idosos de um lar.
27 aldeias de Góis foram evacuadas devido ao alastrar do incêndio que lavra desde sábado no concelho, informou o secretário de Estado da Administração Interna Jorge Gomes, em declarações à RTP. Em Pedrógão, 13 aldeias foram evacuadas.
O secretário de Estado da Administração Interna adiantou que já estão a ser tomadas medidas para que uma ponta de fogo não entre no município da Lousã, que "costuma ser muito crítico".
"Temos as pessoas [100] concentradas numa igreja, onde estão a ser apoiadas pela Segurança Social e com uma segurança montada para que não haja qualquer tipo de problema", disse Jorge Gomes.
As localidades de pequena dimensão evacuadas "foram por precaução, mas o incêndio não chegou lá", acrescentou o governante, que falava aos jornalistas no posto de comando instalado na Selada do Braçal, junto à Estrada Nacional 112, que dá acesso à Pampilhosa da Serra.
"Neste momento o que importa é a proteção das pessoas e é nisso que estamos a trabalhar. Pedimos às pessoas que não saiam das suas residências, pois a GNR está a efetuar um trabalho de muita proximidade com a população", acrescentou.
Os meios terrestres [743 operacionais] que estão no terreno vão ser reforçados com mais 256 elementos, 40 dos quais espanhóis, que se vão juntar a outros 34 operacionais do país vizinho que já estão a combater as chamas, disse Jorge Gomes.
O secretário de Estado da Administração Interna afirma que os bombeiros tentam evitar a expansão a Arganil, Oliveira do Hospital e Lousã.
O governante disse ainda que a Comissão Distrital de Proteção Civil vai reunir durante a tarde para analisar a situação.
A presidente da Câmara de Góis, Lurdes Castanheira, tinha indicado, ainda durante esta tarde, os nomes de onze aldeias já evacuadas: Cadafaz, Sandinha, Candosa, Capelo, Corterredor, Cabreira, Aldeia Velha, Candosa, Carvalhal do Sapo, Tarrastal e de Folgosa.
Em declarações à TSF, o vice-presidente da Câmara de Góis fala numa "situação catastrófica"
No caso do lar, está situado na povoação da Cabreira, na União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, e é frequentado por 56 idosos. Todos foram retirados.
Lurdes Castanheira lamentou, contudo, que alguns residentes das aldeias evacuadas tenham optado por permanecer nas suas habitações. "Não conseguimos [tirá-las de lá]", assinalou.
Infelizmente, há pessoas que teimam em ficar, não seguem o exemplo de Pedrógão Grande, dizem que têm umas mangueiras, que têm um bocado de água
Reconhecendo que não podem retirar os moradores de suas casas "à força", a autarca indicou que, "numa das povoações, ficaram lá oito pessoas".
O município de Góis faz fronteira com Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e com o concelho da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, para onde as chamas progrediram, após deflagrarem no sábado, em Fonte Limpa.
Esta manhã, pelas 08:30, a presidente da Câmara de Góis afirmou à Lusa que o incêndio no concelho de Góis chegou à União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, depois de estar praticamente dominado na freguesia de Alvares.
Lurdes Castanheira falou numa "situação grave" que "pode passar a ser gravíssima", dadas as dificuldades no combate às chamas.
Pela hora de almoço, a autarca indicou que as elevadas temperaturas e vento forte estão a provocar o alastramento do incêndio que lavra no concelho.
A responsável disse ainda que 56 idosos tiveram de ser retirados do lar que frequentam em Cabreira.
De acordo com a informação disponibilizada no 'site' da Autoridade Nacional de Proteção Civil pelas 15:00, o incêndio em Góis mobilizava 829 operacionais, auxiliados por 283 viaturas e sete meios aéreos.
Fonte: DN
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