José Caria
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Já a Octapharma possui uma frota de veículos, com temperatura monitorizada, para distribuição, pelas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, do plasma inativado pelo seu método. O fim do monopólio da multinacional suíça, preconizado pelo Governo, parece não ter saído do papel
0 Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) não tem uma rede de transporte de frio a -40 C, monitorizada, do plasma para transfusão que inativa pelo seu método, o Intercept, no laboratório que possui no Parque da Saúde, em Lisboa.
Mas a Octapharma tem essa rede de transporte de frio monitorizada do plasma inativado pelo seu método, o Octaplas, para distribuição pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Fonte conhecedora afirma à VISÃO que está aqui boa parte da explicação para o monopólio daquela multinacional suíça nas unidades hospitalares do SNS, uma vez que é "assegurada a rastreabilidade de monitorização das temperaturas, indispensáveis para a qualidade do produto".
O plasma para transfusão tratado pela Octapharma é €7,60 mais caro por unidade (saco com 250 ml) do que o do IPST (diferença entre os €61,60/unidade, do Intercept do Instituto do Sangue, e os €69,20/unidade da multinacional suíça). Dois despachos assinados pelos dois secretários de Estado da Saúde, Fernando Araújo e Manuel Delgado, em dezembro e janeiro últimos, preconizam a autossuficiência nacional no plasma para transfusão, sem dependência de terceiros (leia-se Octapharma), mas a intenção parece não ter ainda saído do papel.
Contactado pela VISÃO, o IPST apenas esclareceu que o contrato celebrado pelo instituto com a Octapharma, para inativação do plasma pelo método da multinacional suíça, "inclui o armazenamento e a distribuição aos hospitais" por parte da empresa.
Já quanto a uma rede de distribuição própria, o IPST só diz que "tomou como objetivo a operacionalização das condições de transporte de componentes sanguíneos aos hospitais e instituições" do SNS, encontrando-se "em curso o devido enquadramento nos requisitos em vigor". A VISÃO tentou perceber se esta afirmação traduz a realização de um concurso público, para aquisição de veículos equipados para o efeito, ou para o seu aluguer, mas o IPST não prestou mais esclarecimentos.
Fonte: Revista Visão
Jornalista
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