David Dinis, Director
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Na Venezuela, um helicóptero atirou contra o Supremo Tribunal, que tem estado no centro da disputa política, defendendo o Governo. Nicolás Maduro diz se tratou de um "ataque terrorista". As pistas apontam para um polícia insubmisso. A BBC faz a síntese e mostra um vídeo que corre nas redes sociais.
Um ex-colaborador de Trump recebeu milhões da Rússia. O nome a decorar é Paul Manafort, foi o director de campanha de Trump, e admitiu esta noite ter recebido 17 milhões de dólares por ter defendido um partido ucraniano pró-russo, com ligações ao Kremlin. Manofort esteve ainda alguns meses na Casa Branca, mas teve que se demitir devido a suspeitas sobre negócios deste tipo. A notícia está no NY Times.
Na América, anote a divisão entre os republicanos. O partido de Trump não se entendeu e adiou a votação sobre o projecto para revogar o Obamacare. E a razão é muito fácil de perceber.
Aqui na Europa, uma mega operação contra o jihadismo levou à detenção de pelo menos seis pessoas. A operação passou por Espanha, Reino Unido e Alemanha e está relacionada com a captação, propaganda e o envio de combatentes para a Síria e Iraque.
Notícias do dia
Os incêndios da nossa vergonha. Porque o passa-culpas já vai no adro. O SIRESP diz que o sistema "esteve à altura", contrariando a Protecção Civil e os bombeiros da região. A secretaria-geral do MAI critica a Protecção Civil e a PSP. Isto é o oficial. Porque o que está nas entrelinhas é isto também: o mesmo relatório do SIRESP mostra que, nas horas decisivas, 22,3% das chamadas falharam, como explica a Liliana Valente. E quanto ao Governo, tem desde que entrou em funções um relatório da KPMG com muitas recomendações para mudar o sistema. Mudou? Não sabemos. E para já Marcelo, o Presidente, fica em silêncio.
A solidariedade faz o nosso orgulho. Valha-nos isto, no meio da tragédia: o concerto solidário de ontem à noite arrecadou mais de um milhão de euros para as vítimas de Pedrógão Grande. Foi bonito, até visto das redes sociais.
A nossa manchete de hoje não é, infelizmente, uma história feliz: os mais pobres são quem mais espera por consultas e tratamentos no SNS, conta a Romana Borja-Santos, antecipando o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, que é apresentado hoje.
E desfiando mais problemas, hoje temos: um erro detectado... na correcção do exame de matemática do 9º ano; os enfermeiros a fazer vigílias e avisando que vão "parar blocos de parto"; e drones a voar "sem rei nem roque" - na versão dos spotters do aeroporto. Isto para além do Montepio, se tivermos em conta este alerta.
Depois, as soluções (ou tentativas de solução): para os drones, os especialistas só têm uma palavra - "registo"; Para evitar uma greve de enfermeiros, o Governo começou a fazer escalas; para os exames, e para os 30 mil jovens identificados fora do sistema, o Governo ainda procura mais do que uma palavra.
Boas notícias, mesmo assim, sobre as três instituições portuguesas que estão no top 50 do mundo, nas respectivas áreas científicas; para os 15 mil que vão ter reformas sem cortes a partir de Outubro; também para os senhorios, que podem ter um desconto no IRS se fizerem arrendamento de longa duração (conta o Negócios de hoje); e para alguns investidores do Novo Banco, que podem escapar hoje a perdas na troca de obrigações (anota o Eco).
E há mais uma polémica que não acaba: a IGF considerou “improvável” mão humana no “apagão” de 10.000 milhões para offshores - mas o Governo levanta novas dúvidas e faz chegar relatório ao Ministério Público. O Pedro Crisóstomo faz a síntese (e promete não largar o caso até percebermos tudo muito bem).
A agenda de hoje
- António Costa regressa aos concelhos do grande incêndio, para falar com os autarcas;
- Mais tarde, às 15h00, há debate quinzenal na Assembleia sobre a tragédia;
- E logo depois, a ministra da Administração Interna vai à comissãoparlamentar, prestar esclarecimentos aos deputados;
- Há uma manifestação nacional de polícias, convocada pela Associação Sindical da PSP para as 17h30;
- Em Sintra, termina o encontro anual do BCE - onde ontem Mario Draghi deixou umas pistas sobre as suas preocupações com a economia europeia neste momento;
- Em Londres, Theresa May e Jeremy Corbyn enfrentam-se na Câmara dos Comuns, pela primeira vez desde as legislativas.
E ainda...
Pois é, hoje volta a ser dia de Portugal. Porque a selecção nacional joga a presença numa inédita final da Taça das Confederações, uma competição que acabou por sair melhor do que prevíamos, como explica o editor de Desporto do PÚBLICO. No meio da tragédia que vimos e sentimos, vai saber bem voltar a torcer pelos nossos homens e gritar por Portugal, neste jogo contra o Chile. E já sabe bem ouvir Fernando Santos dizer isto assim: “Com estes jogadores vou até ao fim do mundo”. Nós também, Fernando. Torcemos por vocês, mais logo, a partir das 19h00.
Para si fica aquele abraço - e a promessa de que não largaremos o posto de comando, para que saiba tudo o que se vai passar.
Tenha um dia bom, dia feliz. Até já!
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