Hoje começa o Campeonato Distrital de Seniores de Futsal, onde participa o Clube Domus Nostra.
O Jornal Mira Online entrevistou seu Presidente, Paulo Grego, para saber das expectativas desta coletividade mirense que, como ele mesmo costuma dizer "é muito mais que futsal".
Finalmente tendo um antigo objetivo alcançado, o líder do Domus Nostra tratou de iniciar a entrevista, dizendo-se "orgulhoso por termos, pela primeira vez, todos os escalões de futsal. São, nada mais, nada menos que cerca de 120 atletas federados, o que nos torna - seguramente - numa das 3 equipas com mais jogadores federados da Associação de Futebol de Coimbra!".
Tantas lutas para conseguirem atingir tal desiderato também implicam numa nova estrutura, pois as coisas não podem acontecer somente pelo facto de acontecer... Assim, a partir de agora cada escalão terá 4 encarregados, perfazendo um total de 24 dirigentes a cuidarem para que "tudo ande nos eixos". Mas, Paulo Grego assume claramente que "a nossa maior dificuldade é termos diretores suficientes, gente que tenha disponibilidade para andar uma época inteira para aqui e para ali com estes jovens...".
Questionado sobre os objetivos desportivos para esta época, o Presidente do clube preferiu dividir a resposta em duas partes: a formação e a equipa sénior, que retorna aos Distritais depois de uma "experiência bastante enriquecedora nos Nacionais, durante 2 épocas".
Vamos por parte, então: Quanto aos escalões de formação, o clube assume que lutará "seguramente, pela conquista de uma taça ou um campeonato... em 2 ou 3 escalões, francamente, acreditamos estar apetrechados suficientemente para acalentarmos esta possibilidade... sentimos que ela existe, que é real, e tudo será feito dentro das 4 linhas para que este sonho se concretize!"
Já no que se refere aos seniores, Paulo Grego assume que "o objetivo não é subir aos Nacionais, novamente". Bem mais importante, segundo ele, "é termos apostado no crescimento interno, onde promovemos 5 juniores aos seniores, esta época, o que é bastante importante para nós, pois dá-nos a certeza de que um dos pilares principais deste clube que é o de formar homens e atletas tem dado bastantes frutos." Desta forma - e fica aqui o verdadeiro objetivo para a época - "o que pretendemos, claramente, é ficarmos entre os 8 primeiros e irmos aos play-off. Com a mudança do modelo do campeonato, estar entre os 8 primeiros implica na possibilidade de ascenção aos Nacionais e aí... bem, aí que suba o melhor!".
Paulo Grego lamenta a perda de 2 elementos "essenciais, não somente em campo, como também nos balneários". Eles são Cláudio e Ricardo, que muita falta farão durante a época. Mas, fica o aviso, "se cá quiserem estar novamente, as portas estarão sempre abertas enquanto pudermos fazer inscrições". Também deixaram o clube, Rafa, o Guarda-Redes titular durante várias épocas e Ricardo Oliveira que, por força do dia-a-dia da vida, acabou por emigrar.
Mas, nem tudo são perdas! Pedro Silva (que veio do futebol de 11), Márcio Carapinha(veio do Inatel), Kévin Conceição (veio do CRAC), José Rua, Jorge Gomes, Gonçalo Gomes e os (até ao momento) lesionados Rui Nunes e Hugo Domingues, compõem o lote de reforços do plantel do Domus para esta época, um plantel que tem, atualmente 16 atletas.
Também aconteceu uma mudança na estrutura da equipa técnica: Zé Pequeno optou por sair, entrando no seu lugar João Pedro Gomes que atuará como adjunto de Cláudio Cruz, tendo ao seu encargo, treinar os Guarda-Redes da equipa.
Quando perguntado sobre os efeitos causados pela descida de divisão, Paulo Gregodisse claramente à reportagem que "foi feito um balanço exaustivo e a descida ficou bem resolvida entre todos. Ninguém gosta de descer, mas não fazemos disto um drama, pois ninguém pode esquecer que foram dois anos fantásticos e - francamente - ficamos com "aquela" sensação de que um dia lá estaremos novamente".
Como é apanágio dos clubes, a pergunta seguinte era inevitável: "em algum momento da época pensaram em mudar a equipa técnica?". A resposta dificilmente podia ser mais direta e convincente: "jamais pensamos em fazê-lo! Nunca culpamos, nem sequer sentimos que Cláudio Cruz e Zé Pequeno fossem "culpados" daquilo que aconteceu durante toda a época. Houve jogadores que não compareciam aos treinos e mesmo aos jogos, a equipa era nitidamente "curta" para uma prova tão exigente e desgastante a todos os níveis... Deixemos isto bem claro: o Cláudio tem o perfil certo para reerguer o Domus e o Zé Pequeno só cá não está - com muita pena nossa - por opção própria, que respeitamos totalmente. Foi um homem de uma entrega e uma capacidade de trabalho, enormíssimas. Ponto final, parágrafo!"
Já perto do fim desta entrevista, Paulo Grego deixou uma pista de como pensa a direção que preside, sobre o futuro do Domus: "Sinceramente, foi-nos bastante mais importante conseguirmos construir uma equipa de Benjamins de que apostar na subida dos seniores, de imediato! O clube quer crescer de dentro para fora, colocando-se ao dispor de jovens que queiram jogar futsal e, quem sabe, no futuro serem os nossos craques, aqueles que nos darão alegrias, como tantos outros nos tem dado!".
Finalmente, Paulo Grego fez questão de dar as "boas vindas à chegada da nova direção do Ala-Arriba, um histórico clube mirense que também já levou o nome da terra bem longe. Torcemos para que volte a acontecer, pois isso engrandecerá ainda mais o desporto local. Ao contrário do que alguns possam pensar, para o Domus esta foi - e é - uma excelente notícia! nunca fomos nem seremos "concorrentes" na captação de jovens. Aliás, tivemos contatos e disponibiliza-mo-nos para ajudar a nova direção do Ala-Arriba, o que foi aceite, onde a nossa experiência puder ser útil, tal como as inscrições já que a área burocrática, como tudo na vida, anda em constantes transformações..."
Claro que Paulo Grego não quis esquecer de agradecer aos "pais e jogadores, por acreditarem neste projeto que é feito para eles... nossa intenção é a de - como sempre foi - tudo fazer para retribuir a confiança que depositam em nós ano após ano, pois queremos que eles venham cá e fiquem, que tenham orgulho na camisola que vestem, que se sintam em família. Este é o verdadeiro espírito da nossa aposta, reiterada ano após ano, na formação..."
Ficaram, aqui, as impressões iniciais da época que agora tem início, de um Presidente orgulhoso e que muito orgulho dá às suas gentes. Paulo Grego foi, mais uma vez, o que sempre foi: direto, realista, sem utilizar panos quentes. Mais que enviar recados sobre o passado recente, propôs-se a falar sobre o futuro que está já aí, ao virar da esquina. Com ele e sua direção, o clube procura sempre trilhar os melhores caminhos, mesmo que estes tenham curvas e contra-curvas. Afinal, quem sabe onde quer chegar, segue conforme as suas diretrizes sem nunca deixar de superar os obstáculos...
Francisco Ferra
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