O destino de Lula está traçado. Sem saída, sem chances.
Cristiano Zanin, mesmo que abobalhado e insano, sabe disso. Pelo menos foi devidamente avisado por José Roberto Batocchio, esse sim, apesar de destemperado, conhecedor do direito penal e com uma reputação a zelar nos meios jurídicos.
Na reunião em que Batocchio comunicou que não atuaria mais na defesa do ex-presidente, ele avisou que a causa era inglória e sem qualquer possibilidade de êxito. Pediu perdão ao colegas, mas deixou claro que, diante da eventual delação de Antonio Palocci, não havia mais o que fazer e os resultados seriam devastadores para Lula.
Batocchio, mais do que ninguém, sabe tudo o que Palocci tem na mão. Os dois são amigos e travam uma relação profissional há mais de dez anos.
Ele, mais do que ninguém, lutou para que o ex-ministro não delatasse. Brigou muito e entendia que sem a delação ambos, Lula e Palocci, teriam alguma chance de se salvar.
Não conseguiu. A carga de dona Margareth Palocci e dos filhos foi muito grande e o tempo na prisão foi fatal.
Antonio não suportou e resolveu falar a verdade.
E Batocchio avisou. A verdade dita por um sujeito como Palocci é dolorida, cirúrgica e nas atuais circunstâncias, inquebrantável.
Saiu para salvar a reputação diante de uma causa extremamente rentável, mas totalmente perdida.
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