David Dinis, Director
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Bom dia!
O México acordou com o sismo mais violento das últimas décadas, atingindo os 8,1 na escala de Richter. Há pelo menos cinco mortos confirmados e, pior ainda, um alerta de tsunami para toda a América Central.
Quanto ao furacão Irma, os últimos dados são estes: quatro mortos nas Ilhas Virgens americanas, colocando o total em 14; uma total destruição à sua passagem; e toda uma costa à espera do pior.
Trump segue de problema em problema. Esta noite, um tribunal rejeitou a leitura restritiva da lei do Presidente sobre as viagens de muçulmanos para a América. E um ataque informático põe agora em risco os dados pessoais de 143 milhões de norte-americanos.
... mas deixou uma nota de tranquilidade: uma intervenção militar contra a Coreia do Norte não é, diz Trump, inevitável.
No Público hoje
Na nossa manchete voltamos a Tancos, porque temos esta notícia: a polícia está sem pistas sobre as armas e a acusação pode estar em risco. É como conta a Ana Henriques: dois meses depois do assalto ao paiol, a PJ Militar ainda não conseguiu perceber se as armas estão, sequer, em Portugal. Sem rasto delas, será mais provável uma acusação a militares pelo "descuido" do que sobre o furto. Valha-nos a Ana para nos explicar isto - porque ninguém dá qualquer informação oficial sobre o caso.
Do Governo vem uma cedência: o Ministério das Finanças está disposto a mostrar as cativações, mês a mês - sem que a esquerda e direita lho tenham que impor entretanto. Para já, o Sérgio Aníbal conta como vão as coisas este ano (menos congeladas do que em 2016, por assim dizer).
Ontem houve outra cedência, para Marcelo: se o Presidente veta, o PS muda (a lei da Carris).
Relativamente ao Orçamento 2018, o ponto de situação é este: se Costa avisa que "não há folgas", o BE fala de "estados de alma" e de escolhas, enquanto o PCP pede "passos nítidos". Como se diz em França, fête vos jeux.
Mas há uma negociação com sinais melhores: na Autoeuropa, o sindicato fala de uma reunião "muito produtiva" (surprise!). Já os trabalhadores da PT, continuam à espera de “intervenção política” na empresa.
Da abertura do ano lectivo há duas notas a reter. A primeira é que há algumas escolas sem condições para abrir no tempo certo; a outra é que houve escolas que fecharam - mas o ministério não quer dizer quais.
Entretanto, o Governo resgatou Vieira da Silva. Não, não é o ministro. São seis quadros da extraordinária pintora portuguesa que dava pelo mesmo nome. Custaram 5,5 milhões de euros, mas pelo menos estes ficam por cá, como os turistas. E diz quem sabe que "não temos nada deste calibre". Eu acredito.
Mas há outros euros que levantam dúvidas. Como os 29 mil milhões de capital da portuguesa Yupido, a empresa-mistério que já está a ser investigada pela PJ, depois de uma notícia avançada pelo ECO.
O que não inflaciona são os preços (vistos do lado do BCE). E, assim sendo, Mario Draghi adiou o corte nos estímulos financeiros - mas deve ser só até Outubro.
Paragem obrigatória
Vamos às leituras mais longas do dia, aquelas que melhor nos explicam o país e o mundo.
1. Em Espanha parece estar tudo louco. Em síntese, o Tribunal Constitucional deu como ilegal o referendo que os independentistas convocaram. Rajoy tem uma bomba atómica na mão (ler no sentido não literal). No Parlamento catalão, a oposição é impedida de falar - e até um aliado do Podemos se diz chocado. As diferenças face à consulta de 2014 são abissais. Dito isto, esta só é a síntese. A Sofia Lorena tem o mais importante do jornalismo para lhe contar: os detalhes.
2. Os grandes furacões serão o novo normal? O Haiti e Florida já esperam um desastre sem precedentes, com o monstruosa Irma a transformar-se num dos maiores e mais resistentes furacões da história - podendo afectar 26 milhões de pessoas. É verdade que desde 2010 que não havia três tempestades tropicais activas na bacia do Atlântico, mas também é um facto que os grandes furacões se tornaram demasiado frequentes no Atlântico. A pergunta certa será, portanto, esta: por causa das alterações climáticas, estamos a viver uma nova verdade? Francisco Ferreira, da Associação Zero, mostra os dados e dá uma resposta.
3. “Temos de enfrentar a possibilidade de outra guerra na Coreia”. A sul-coreana Han Kang, a primeira escritora sul-coreana a vencer o Man Booker International, parte de um massacre para escrever um romance à volta de uma questão fundamental: o que é o ser humano? Atos Humanos interroga-se sobre a consciência dos homens e a consciência da História num momento em que a Coreia volta ao fantasma da guerra. A crítica, no ípsilon de hoje, é da Isabel Lucas - e é, portanto, imperdível.
4. A propósito do ípsilon: hoje tem uma entrevista com o vocalista dos The National, uma das minhas bandas preferidas, com um novo álbum acabadinho de lançar (mas não foi por encomenda, palavra que não). Também tem uma reportagem atrás dos palcos, com aqueles que preparam a rentrée no teatro e na dança. E uma excelente recomendação: a cantata Carmina Burano, interpretada pelo Coro e Orquestra Gulbenkian e também pelo Coro Infantil do Instituto Gregoriano de Lisboa. Eu infelizmente não poderei ir (já vai perceber porquê), mas tenho a certeza que terá casa cheia. Para o ípsilon, a porta de entrada está aqui.
O dia à nossa frente
Vai ouvir falar da primeira assembleia-geral de investidores no Novo Banco, que vai discutir a proposta de troca de dívida - essencial no processo de venda à Lone Star. Durante a manhã há mais uma reunião do BE com o Governo, desta vez com Mário Centeno, para preparar o OE 2018. Importante também: o Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida decide sobre o primeiro pedido de “barriga de aluguer”, uma mãe que se oferece para ser a “barriga” da filha (que não pode ter filhos). Sendo que noite fora só se vai falar de futebol - porque Sporting e Benfica anteciparam os seus jogos com o Feirense e Portimonense.
Mas há mais - só que não é hoje, é amanhã. E aqui fica não só um convite, mas um desafio: o PÚBLICO vai estar no Pátio da Galé (Terreiro do Paço, em Lisboa), com jornalistas a trabalhar por lá, com workshops combinados (vários e para todos os gostos e idades), com o director do El Pais (para falar de jornalismo) com um concerto a fechar (da Gisela João). Pelo meio ainda vamos mostrar um bocadinho das mudanças que estamos a preparar no publico.pt. Vão ser 12 horas no sítio onde queríamos estar, mesmo ao lado dos leitores, ao dispor deles, ao seu dispor. Nós contamos divertir-nos muito. E também contamos que apareça por lá. O programa está aqui, para escolher a melhor hora. O podcast aqui, para lhe explicar a ideia.
Até lá, o que lhe recomendo é que leia a crónica de hoje de Bagão Félix, que é uma maravilha. Chama-se assim: @ entre acentos, géneros e beijos.
E é exactamente assim que tenciono despedir-me de si: com @ beijos (e abraços) e desejo de um dia bom.
Então, até amanhã ;)
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