David Dinis, Director
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Ora viva,
vamos às últimas notícias?
vamos às últimas notícias?
Os deputados brasileiros salvaram Temer (outra vez). O Congresso brasileiro rejeitou que a denúncia contra o Presidente seguisse para os tribunais, onde Michel Temer seria julgado pelos crimes de obstrução à justiça e organização criminosa. É a segunda vez que tal acontece em apenas três meses.
Juncker mandou um recado para Puigdemont: “Os catalães não estão a ser oprimidos por Espanha” e "a Europa não tem um papel a desempenhar no conflito”, disse o presidente da Comissão Europeia, numa entrevista à RTP. Com o relógio a andar, Puigdemont tem poucas horas para decidir o futuro imediato da Catalunha.
Não acabam as alegações de assédio sexual. Esta noite um jornalista da NBCveio pedir desculpas pela forma como tratou cinco mulheres, quando tinha uma posição de liderança na televisão americana. E até o ex-Presidente americano,George Bush, foi acusado de pôr a mão onde não era chamado, acabando por também se desculpar. Quanto a Harvey Weinstein, a última acusação é já de violação.
Falando em gente respeitosa: Trump saudou a "extraordinária elevação" de Xi Jinping, no congresso que o promoveu à constituição chinesa. E comparou-o a um rei. O Presidente americano está a preparar uma deslocação a Pequim, para discutir acordos comerciais e a Coreia do Norte (que a América desconfia estarprestes a lançar uma bomba H sobre o Pacífico, conta o The Guardian).
O que marca o dia
Na nossa manchete está uma notícia sensível - tão sensível que tivemos duplo cuidado a escolher um título: Governo chocado com Marcelo: "As coisas estavam combinadas". Conta a Liliana Valente: "Foi com surpresa e até com choque que foi recebida pelo Governo a declaração do Presidente da República na terça-feira sobre a resposta a dar aos incêndios. Não só pelo tom da intervenção, mas porque o chefe de Estado estava a par de tudo o que estava a ser preparado, na reacção às tragédias deste Verão - e Marcelo nunca terá transmitido qualquer desacordo com esses passos e o calendário a seguir, garantiu ao PÚBLICO uma fonte do executivo. Não até àquela intervenção ao país, em que ficou registado o ultimato ao Governo."
Atenção, esta é a segunda versão da história. Se quiser passar pelo Editorial, ele explica isso mesmo, complementando a leitura: são dois lados, uma história e uma consequência. Dito de outra forma: seja mais verdadeira "a versão um (a de Marcelo) ou versão dois (a de Costa), o facto é que esta batalha tem uma consequência. A partir daqui, Presidente e primeiro-ministro não falarão às quintas-feiras da mesma forma. Mas não é o fim da história." Será o princípio de uma outra.
Ainda com os incêndios como pano de fundo, trago uma entrevista para lhe recomendar: é a Ascenso Simões, deputado do PS e ex-secretário de Estado da Protecção Civil. “Vamos ter muitas dificuldades na aplicação das medidas” sobre os fogos, diz-nos ele, na Hora da Verdade do PÚBLICO e Renascença. Porque é preciso garantir que as Forças Armadas cooperam, que os parques naturais mudam, que os ministérios falam. Porque o Ministério da Agricultura é "arcaico". Mas há mais conselhos a Costa: "Não tem opção: tem de chamar PSD e CDS", senão a reforma cai pouco tempo depois, bloqueada pelos organismos do Estado.
Se fossem precisas provas, aqui estaria uma: a Protecção Civil fez um relatório 'secreto', cheia de críticas aos técnicos independentes - que fizeram o guião da reforma. Conta o jornal i que aponta "erros", "omissões" e contradições" ao documento entregue ao Parlamento, para além de mostrar guerras intestinas e muita autodefesa.
Já agora deixo-lhe os outros títulos sobre os incêndios: o Governo vai destinar 280 milhões de euros para empresas afectadas; pediu um parecer sobre capítulo oculto no relatório sobre Pedrógão (o que me dispenso de adjectivar); enquantoos deputados continuam às turras, por causa de adiamentos dos diplomas da floresta.
Às turras andam pescadores e ministra do Mar: os armadores dizem que a ministra se precipitou ao anunciar zonas de interdição à pesca da sardinha e dizem ter um plano B para salvar a espécie. Também os deputados esperam outras respostas de Ana Paula Vitorino. Enquanto não as temos, fizemos por aqui um P&R fundamental, para perceber porque já acabou a pesca da sardinha na costa portuguesa.
Polémica interminável é a do juiz (sim, esse juiz). Ontem, Marcelo deixou-lhe um recado (a ele e aos órgãos de topo da magistratura). E o recado teve consequência, na forma de inquérito disciplinar. Ainda sem saber do caso, as ONG já alertavam a Europa para falta de formação dos juízes portugueses.
Longa será a guerra no PSD. Ontem à noite, Santana Lopes foi à TVI mostraruma divergência com Rui Rio: défice zero, nem pensar. Mas diz que este Orçamento de 2018 também não serve.
No Parlamento já começou a análise do Orçamento: há uma divergência sobre a carga fiscal; uma promessa sobre cativações; uma exigência do PCP (sobre a derrama do IRC); e uma garantia dúbia de Centeno: as medidas para combater fogos não atingem o défice, mas não haverá restrições.
Uma pausa para ler...
Quatro textos do PÚBLICO, para nos deixar a pensar:
1. "Dia D" para o BCE: 6 dúvidas para Draghi. A dois meses do fim do prazo do programa de compra de dívida pública, com que tem vindo a injectar dinheiro na zona euro, o Banco Central Europeu terá que decidir hoje o que vai acontecer a partir de 2018. Por quanto tempo será prolongado o programa? Qual o ritmo a que continuarão a ser feitas essas compras? Para tomar a decisão, Mario Draghi e os outros governadores vão ter primeiro de responder a outras perguntas. E as respostas não serão unânimes, assegura o Sérgio Aníbal. Vamos às dúvidas?
2. Já conseguimos trocar todas as letras do ADN. Uma nova geração de editores genéticos torna possível a substituição, sem cortes, das quatro moléculas que fazem o nosso ADN. É um lápis em vez da tesoura usada até agora. E representa um avanço importante para tratar doenças causadas por uma mutação pontual.Podemos chamar-lhe uma “cirurgia química”, Andrea Cunha Freitas?
(e, porque falamos em ADN...)
3. Perdemos Fats Domino, o génio discreto do rock'n'roll. O cantor e pianista norte-americano era uma referência do rock'n'roll, do qual foi uma das primeiras grandes estrelas. Referência para várias gerações (Elvis Presley, Beatles, Led Zeppelin), deixa-nos para sempre clássicos como Fat man ou Ain't it a shame. O Mário Lopes conta a história de um homem tão importante como tranquilo - e passa a música, numa bela homenagem.
(já agora, uma informação útil)
4. Posso fumar um charro e conduzir? Tenha cuidado com a quantidade. A legalização do consumo de cannabis em alguns estados norte-americanos e o seu crescente uso para fins medicinais colocou uma dúvida a quem se preocupa com os acidentes de viação. Qual é a percentagem de THC no sangue humano a partir da qual a substância activa da marijuana ou do haxixe diminui a destreza rodoviária? A resposta depende de Estado para Estado, até de continente para continente, mas polícias e especialistas coincidem num aspecto: a cannabis não é uma droga benigna, afecta a habilidade de conduzir. O Amílcar Correia fez-se à estrada numa explicação importante.
Agenda do dia
Hoje é dia importante em Frankfurt, com decisões esperadas do BCE. E também no Quénia, onde há eleições presidenciais. Com o Papa Francisco a falar com astronautas de uma estação espacial em órbita, em Bruxelas é anunciado o Prémio Sakharov, homenageando a liberdade de pensamento, pouco antes de o Parlamento catalão tomar a tal decisão: independência?
Por cá, há Conselho de Ministros, um Presidente nos Açores, uma conferência de imprensa sobre a greve geral de amanhã. E duas tomadas de posse: a de Fernando Medina e a de Manuel Machado (em Coimbra).
Também hoje, no CCB, Ricardo Ribeiro canta Zeca Afonso, como quis o destino. Se preferir outro destino, deixo-lhe esta dúvida: se for a leilão, quanto vale a receita da felicidade?
Venha um dia bom.
Até amanhã.
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