David Dinis, Director
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Bom dia!
Aqui vão as últimas notícias:
A maior pedra no sapato de Trump pode ser Papadopoulos. O ex-conselheiro para a política externa da campanha do Presidente foi detido em Julho e já admitiu ter mentido ao FBI quando falou sobre os contactos que manteve com um russo conhecido como o “Professor”. George Papadopoulos estará a colaborar com as autoridades e pode ser o primeiro ponto de ligação entre a campanha de Trump e Moscovo. A investigação é da CNN.
Foi mesmo uma má noite para o Presidente: depois da detenção de Manafort e das notícias sobre Papadopoupos, o Facebook admitiu que 126 milhões de americanos podem ter visto anúncios políticos com origem na Rússia durante a campanha. E um tribunal bloqueou o veto do Presidente a militares transgénero, por pura descriminação.
Outro 'Presidente' teve um fim infeliz: a Netflix anunciou a queda de House of Cards, depois das alegações a Kevin Spacey a um menor, que terá acontecido nos anos 1980. O actor e produtor pediu desculpa, a Netflix não ligou a polémica ao anúncio, mas o facto é que a sexta temporada vai mesmo ser a última da série.
Putin inaugurou um memorial às vítimas da repressão soviética. “Estes crimes não podem ter nenhuma justificação”, disse o Presidente russo sobre o período de repressão e de terror que se seguiu à revolução bolchevique em 1917. Explica o El País que a escultura, denominada "Muro da Dor", foi construída com 170 pedras retiradas de diversos gulags, ocupando mais de cinco mil metros quadrados em redor de um muro de bronze com um baixo-relevo em forma de corpos humanos. A palavra “recorda” está lá inscrita em vários idiomas.
O que marca o dia
A nossa manchete traz uma novidade para o Dia do Consumidor: as Lojas do Cidadão vão passar a vender certificados de aforro e do tesouro - o que quer dizer que os CTT já não são meio caminho andado para isto. Meio caminho para poupar é escolher o supermercado certo (até 500 euros ano ano, garante o JN).
Um passo atrás na saúde pública: os portugueses estão outra vez mais vulneráveis ao sarampo. É um dos alertas que sobressaem nos resultados do terceiro Inquérito Serológico Nacional, que vai ser divulgado em Lisboa nesta terça-feira, e que a Alexandra Campos antecipa aqui no PÚBLICO. Se estiver a questionar-se sobre o surto de há quatro meses, a verdade é que o inquérito ainda não tem resultados.
Na Educação também há novas: um exame de Matemática que ninguém sabe como vai ser; e uma promessa de cinco mil novos contratos no Superior em dois anos.
Pior é a seca: o Governo pôs em marcha uma "operação camião-cisterna” para garantir água no concelho de Viseu. E o Cardeal-patriarca propôs uma "oração pela chuva".
E que tal uma oração contra incêndios? Bem sei que Juncker veio ontem prometer mais ajuda da UE, mas hoje há mais de 40 concelhos em risco muito elevado.
Falando em Juncker, eis o aviso dele no Conselho de Estado: as reformas na UE ou se fazem num ano ou não se fazem.
Em menos tempo tem que se resolver o PSD. Ontem, Rui Rio e Santana Lopes prometeram "afectos", na tentativa de convencer os deputados.
Pelo caminho, identificam-se obstáculo no OE 2018: o PSD tenta bloquear o novo regime dos recibos verdes; o PCP promete contestar a nova taxa do sal (via Negócios).
Difícil está também a venda da TVI: a Altice gritou contra um parecer dos serviços da ERC (que na verdade não conhece); e o Parlamento voltou a adiar a eleição dos novos órgãos do regulador.
Só mais duas notícias da nossa economia: o controlo mais apertado do fisco desvendou mais 32 mil operações offshore; e a nova travessia do Tejo obrigou a “desviar” terminal do Barreiro.
Uma pausa para ler...
Quatro trabalhos que acrescentam, aqui no PÚBLICO:
1. Há precisamente 500 anos, Martinho Lutero divulgava as suas 95 Teses, criticando a venda de indulgências pela Igreja Católica. Não se via como revolucionário, mas as suas ideias criaram um novo braço do cristianismo e transformaram profundamente a Europa: promoveram a alfabetização, libertaram a cultura erudita do obstáculo do latim, popularizaram a música e as artes, favoreceram a liberdade de pensamento, contribuíram para o florescimento de uma economia capitalista. O Luís Miguel Queirós diz que inventariar as consequências da Reforma Protestante "seria um exercício espúrio", mas não resistiu a um belíssimo exercício sobre as virtudes e erros de Lutero, o monge que quis reformar a Igreja e mudou o mundo. A Natália Faria pôs a última peça, contando como as minorias protestantes em Portugal formam um puzzle em contínuo crescimento.
2. Os homens do Presidente "conspiraram contra a América". E ele? Paul Manafort e Rick Gates, ex-directores de campanha de Trump, entregaram-se ontem ao FBI. A equipa do procurador Robert Mueller investiga desde Maio a interferência russa nas presidenciais norte-americanas de 2016 e começou pelo inner circle do Presidente. A acusação só tem paralelo num título de Philip Roth: "Conspiração contra a América". A Bárbara Reis conta-a aqui. E este explicadorresponde-nos às perguntas que obrigatórias: isto prova que a campanha de Trump conspirou com a Rússia? Ainda existem ligações entre Manafort e Trump? E a tudo isto o Diogo acrescenta uma palavra no Editorial: "Começou".
3. A curva de Keeling está imparável - e o CO2 bateu novo recorde. Os registos contínuos da concentração de dióxido de carbono na atmosfera começaram em 1958. Desde aí, a curva de Keeling, como é conhecido o gráfico que mostra essa concentração, não tem parado de subir. Em 2016, atingiu-se um valor que a Terra já não conhecia há algum tempo: pelo menos há três milhões de anos, explica a Teresa Serafim. Sim, é caso para nos assustarmos.
Agenda do dia
O PSD encerra as suas jornadas parlamentares, com Passos Coelho encarregue do discurso final. O CDS recebe a CAP, fechando um ciclo de conversas sobre o OE 2018. E um dos principais sindicatos de Educação, a FNE, anuncia os próximos passos de contestação ao Orçamento. É neste contexto que Centeno vai responder a Bruxelas, sobre as dúvidas levantadas pela Comissão sobre os objectivos traçados para o próximo ano.
Hoje é também Dia Mundial da Poupança, o escolhido pelo Banco de Portugal para revelar dados sobre os empréstimos da banca. E dia de resultados para a EDP-Renováveis, CTT e Semapa. E o momento escolhido por Carles Puigdemont para se explicar aos catalães (a partir de Bruxelas, às 11h30).
De noite, será o tempo para um acerto de contas (no Sporting-Juventus) e de uma missão quase impossível (no Manchester United-Benfica).
Porque amanhã é feriado, e não é só o futebol que conta, deixo-lhe uma outra ideia: dê um salto à Casa da Música ou ao Teatro Maria Matos e delicie-se com Peter Evans. Ele deixou a promessa ao Gonçalo Frota: “A música aqui é muito mais espaçosa e paciente".
Tenha um dia feliz!
Até quinta-feira.
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