terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Autoeuropa. Impostos. Álcool (e outras notas, para desanuviar)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Hoje começamos pela América ("again, i know"):

Mike Pence adiou uma visita a Jerusalém. Em cima da hora, o vice-presidente preferiu ficar com os dois pés em Washington, para poder dar um voto decisivo à reforma fiscal de Trump. Quase à mesma hora do anúncio, na ONU, a América vetava uma resolução contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.
Há dedo coreano no ataque informático global WannaCry. O virus que em Maio atingiu 150 países e entrou em 300 mil computadores foi lançado pela Coreia do Norte, disse esta noite a Casa Branca. A acusação aparece poucas horas depois de Trump ameaçar, outra vez, com um reforço da capacidade nuclearamericana.
O Reino Unido não vai ter um acordo especial para a City. O aviso partiu do negociador que Bruxelas nomeou para o Brexit, o francês Michel Barnier, sem complacências para a fragilizada Theresa May - sublinha o The Guardian.
Por cá, o FC Porto chegou ao fim do ano no topo da Liga. O antes desqualificado Marega ofereceu mais uma vitória aos dragões, embora sem o fulgor dos últimos três jogos.

O que marca o dia

Duas notícias sobre a Autoeuropao desafio do líder da CGTP ao Governo, para levar a empresa a mudar a produção para... carros eléctricos. E a confirmação de uma paragem forçada na fábrica, já a seguir ao Natal, por falta de peças. As negociações com os trabalhadores, essas, continuam sem uma luz ao fundo do túnel.
Duas notícias sobre impostosO Fisco continua sem prazo para anular penhoras em caso de erro (a nossa manchete, mostrando que ainda existe um Estado fora do Estado). E arrisca-se a devolver 42% da receita do perdão fiscal (notícia doNegócios).
Duas notícias sobre consumo de álcoolA ASAE só apanha 12 menores por mês a beber álcool - o que evidencia um problema de fiscalização. E a GNR que apanha cada vez mais jovens a conduzir sob efeito de álcool, na versão do JN, que acrescenta como a Europa se propõe a resolver o problema: impor taxa zero em todos os países, até ao terceiro ano de carta de condução.
Duas perspectivas sobre a audição a Vieira da Silva: a nossa, que anota como o ministro passou no teste, à boleia do anterior Governo; e a do Observador ou a do jornal i, que viram cinco dúvidas por dissipar ou dois problemas por esclarecer , respectivamente.
A título de opinião, o João Miguel Tavares ironiza que "a culpa é do tesoureiro", enquanto eu me ponho "no lugar do outro" no Editorial de hoje.

Na política, registe uma aproximação significativa: o programa de Santana, agora relido pela Sofia Rodrigues, inclui alguns pontos convergentes com os socialistas...
... e ainda um pedido ao Governo: as câmaras reclamam mais competênciasnas novas políticas de habitação
Atenção também aos aumentos para carreiras não revistas, que será só de 17 euros, segundo o Dinheiro Vivo. 
... e já agora ao novo 'rei do PSI-20'que é o BCP (título concedido peloNegócios).

Coisas boas, para desanuviar 

1. A atracção do lado negro: crescer com 'Star Wars'. O negrume de O Império Contra-Ataca, um dos melhores segundos capítulos do cinema popular, exerce até hoje um enorme poder na indústria. Na estreia de Os Últimos Jedi, a Joana Amaral Cardoso procurou uma história tão sombria quanto essa. Será a nossa própria história?
2. E aquela série de que de repente toda a gente está a falar? Estreou-se dia 1 de Dezembro e está a fazer a ronda do passa-palavra, desta vez em alemão. Mistério, sobrenatural e uma criança (ou serão duas?) desaparecida. A Joana conta-nos tudo, mas deixa um aviso: é Dark.
3. A vida de Sylvia Plath publicada, para desafiar o mito. São quase 1400 cartas em dois volumes, a maioria inédita. O primeiro volume acaba de sair nos Estados Unidos e em Inglaterra e revela uma mulher ambiciosa, com sentido de humor, que gostava de moda e queria ser feliz. Mesmo que no fim tudo pareça uma tragédia, garante a Isabel Lucas.
4. A arquitectura de Manuel Aires Mateus é quase sublime. Foi o vencedor do Prémio Pessoa e os críticos só aplaudem. Falam de uma obra com “gestos muito abstractos e muito radicais” no que toca à manipulação da geometria e das formas, de uma "obra visceral". Na verdade, é tudo uma questão de sensibilidade e bom senso. O de olhar a partir do ângulo certo.

Agenda do dia

Nos EUA, o Senado começa a votação da reforma fiscal de Trump. Enquanto aqui ao lado termina a campanha eleitoral na Catalunha, de que amanhã lhe prometo falar demoradamente por aqui.
Por cá, o salário mínimo volta à mesa da concertação social, para uma reunião que deve fechar o aumento do próximo ano. Horas antes, Vieira da Silva encontra o presidente do Montepio, numa conferência onde a entrada da Santa Casa na instituição andará como um fantasma (já leu Bagão Félix hoje? Ou adenúncia de José Miguel Júdice?). Falando em bancos, hoje é o último dia para os ex-clientes do Banif processarem os responsáveis da resolução.
Mais duas notas de agenda no mundo político: a reunião do Governo com sindicatos de professores, que esperam uma prenda na rectificação do concurso extraordinário, e o jantar e Natal de Passos Coelho, o seu último enquanto líder com os deputados do PSD.
Visto que a época é festiva, e porque no Natal queremos sempre tudo em grande, deixo-lhe a segunda maior árvore de Natal do mundo (portuguesa, com certeza). Ainda a prenda milionária que um príncipe saudita deu... a si próprio. E uma das provas mais antigas de vida na Terra, com 3500 milhões de anos (e ainda cá andamos).
Dito isto, vamos ao trabalho, sempre de olho nas notícias. Faltam cinco dias para a consoada.
Dia bom para si! Até já!

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