Enquanto dormia...
... a Operação Lex fez um 13.º arguido. Trata-se de Nuno Proença, que, segundo a RTP, seria uma das pessoas que ajudava a ocultar o património de Rui Rangel. Ontem soube-se que durante as buscas foram encontrados 10 mil euros em notas de 500 na arrecadação do juiz desembargador, que à tarde faltou às sessões marcadas para decidir sobre quatro processos por "razões pessoais". Hoje o CM acrescenta que as rendas do aluguer da casa e do carro seriam pagos todos os meses pelos alegados beneficiários de acórdãos que assinou no Tribunal da Relação de Lisboa.
Outro dos arguidos é o vice-presidente do Benfica Fernando Tavares. Quem é este homem que andou entre Vieira e Rangel, é o que explica Bruno Roseiro. Ele lembra a amizade do responsável pelas modalidades do clube da Luz com o presidente do Benfica e as polémicas que o levaram a afastar-se e a apoiar a candidatura de Rui Rangel (e José Veiga). E depois como Vieira o recuperou como trunfo. Tavares diz-se de consciência tranquila e pronto a ajudar.
Apesar deste caso ter no epicentro Rui Rangel, envolve também Luís Filipe Vieira. Não é a primeira vez que o presidente do Benfica é arguido (embora neste caso o continue a negar, apesar da confirmação da PGR). Nem é o único presidente dos três grandes a contas com a Justiça. Da "fruta" e dos pneus, a Tanaka e à Operação Lex, veja as diferenças entre os casos dos líderes de Benfica, FC Porto e Sporting.
Ainda o Benfica, porque o caso que envolvia o clube e Mário Centeno foi arquivado. O Ministério Público não encontrou qualquer causa-efeito entre os convites pedidos pelo ministro das Finanças para um jogo na Luz e o acelerar de um processo de isenção de IMI a uma empresa dos filhos de Luís Filipe Vieira. O Benfica aplaudiu, claro.
É sobre todos estes casos da Justiça, da Operação Lex às buscas ao Ministério das Finanças, que o Miguel Pinheiro e eu andámos a trocar SMS em vídeo. Com elogios a Joana Marques Vidal.
Lá fora, nota para a mudança de Puigdemont de Bruxelas para uma residência familiar de 500m2 em Waterloo; para o resgate de 950 mineiros na África do Sul depois de 24 debaixo de terra; e para o suicídio do filho mais velho de Fidel Castro.
Há ainda a sublinhar os lucros recorde da Apple, apesar da queda nas vendas dos iPhone's.
Outra informação importante
O debate quinzenal no Parlamento foi ontem sobretudo um medidor do estado das relações na geringonça. Depois de Santos Silva ter confirmado aquilo que João Galamba já tinha avançado (a de que não haverá aumentos para a Função Pública em 2019), e de Jerónimo de Sousa ter dado um entrevista a pressionar o Governo, Costa teve de descalçar várias botas à esquerda sem assumir compromissos. Nas questões laborais jogou com a "energia" de Catarina Martins e prometeu a Jerónimo que iriam andar "juntos". Mas na polémica questão do aumento das comissões da CGD preferiu não se meter e quando se juntou ao PCP nas críticas à Altice acabou por ver a empresa desmenti-lo.
Mas esta tentativa de pacificação pode cair já hoje por terra. Há um plenário de professores marcado para esta sexta-feira que inclui a ameaça de protestos e greves, segundo o DN.
Pelo lado da oposição, além dos já habituais mapas de Assunção Cristas, houve novamente muita agressividade de Hugo Soares. Só que Rui Rio, o novo líder do PSD, não gosta dos debates quinzenais a "golpes de espada" para fazer títulos nos jornais. Por isso, na crónica, o Vítor Matos pergunta se os sociais democratas ganharão em fazer um apaziguamento com o PS.
No debate falou-se essencialmente de cartilhas, investimento, idade da reforma, saúde, salários e lei laboral. Temas que valeram 7 fact check's. As conclusões acabaram em três verdades, três mentiras e um engano.
Ontem a banca esteve também nas notícias. Além do aumento das comissões da CGD, entre elas, um euro por levantamento (sobre o tema, Marcelo disse que a recuperação do banco público "exige sacrifícios"), o Banco de Portugal anunciou que vai apertar a malha do crédito pessoal. Uma decisão que o presidente do Santander Totta (banco que aumentou os lucros em 10%) aplaude. Diz que "ajudará a evitar excessos".
É uma surpresa: a Gulbenkian vai sair do negócio do petróleo. Há negociações em curso com investidores chineses (o Público diz que são os mesmos do Montepio). A venda da Partex pode valer 500 milhões e é feita em nome da nova matriz energética da Fundação, que defende a sustentabilidade.
Volto aos temas da Justiça porque o processo Fizz continua em julgamento e o tribunal aceitou uma escuta polémica. Envolve um telefonema do ex-procurador Orlando Figueira que pode comprometer Proença de Carvalho. Já o advogado Paulo Blanco, que continua a depôr, acusou Manuel Vicente de vender os bens em Portugal para evitar "chatices".
O jogador do Canelas que agrediu um árbitro no jogo com o Rio Tinto foi finalmente acusado pelo Ministério Público. Trata-se de Marco Orelhas, suspenso por 5 anos, que se destacava nos jogos violentos do clube de Gaia.
Afinal o sismo de ontem em Arraiolos não foi um sismo, foi uma réplica do de 14 de janeiro. E foi o 18.º na zona, ainda que só dois tenham sido sentidos. Ainda que não seja motivo para alarmes, tudo isto pode ser um sinal de que pode estar para breve um terramoto bem maior.
No Reino Unido, Theresa May revelou que é contra direitos iguais para cidadãos da UE que cheguem após o Brexit. E um ministro demitiu-se (sim!) por chegar uns minutos (sim!) atrasado.
No Canadá, foi descoberto um jardineiro serial killer. Terá matado pelo menos 5 homossexuais, que desmembrou e enterrou em canteiros. A história é digna da série Criminal Minds.
Os nossos especiais
O atentado que acabou com a monarquia em Portugal fez ontem 110 anos. Mas a morte de D. Carlos não foi um acto isolado, foi parte de uma conspiração política. Rui Ramos escreve um ensaio sobre as causas e as consequências do Regicídio.
A nossa opinião
- Rui Ramos escreve (também) sobre o "Último refúgio dos arguidos": "Poderá o nosso regime funcionar sem cumplicidades, sem favores, sem arranjos, sem ganhos ilegais? Ou é aquilo a que chamamos "corrupção" a única maneira de o regime existir?".
- João Cândido da Silva escreve sobre os problemas da poupança: "Combater a debilidade da poupança exige visão de longo prazo. Não é uma batalha que produza resultados com visibilidade imediata ou dividendos políticos ao virar da esquina".
- Diana Soller escreve sobre quem quer ser agora amigo dos EUA: "Quem são os “amigos” dos EUA? Conhecemos apenas as duas condições necessárias: apoiar as suas posições e políticas e estarem dispostos a serem portadores do fardo financeiro da sua vontade política".
Notícias surpreendentes
Vem aí o fim de semana e uma boa sugestão de vinho vem mesmo a calhar nestes dias que se esperam gelados. É por isso que, mais do que dar ideias, a Ana Cristina Marques conta também cinco grandes histórias engarrafadas.
Ainda não dá para este fim de semana, mas já não falta muito para ver Sara Sampaio no cinema."O Figurante" estreia em Portugal ainda este mês e tem a modelo portuguesa no elenco.
Também ainda não se pode ouvir (nem ver) mas já é considerada a banda sonora do ano. "Black Panther” chega só a 15 de fevereiro e tem na música o grande trunfo.
O que pode acontecer quando o romântico-qualquer coisa-Toy se unir ao intrépido e algo mais Manuel João Vieira? Só saberemos logo, quando os Ena Toy 2000 tocarem no Titanic Sur Mer, no Cais de Sodré, em Lisboa. Mas pela antecipação imperdível que o Luís Freitas Branco faz neste artigo, é mesmo para ir a correr: porque o Manuel chamou o António e ficaram estupidamente apaixonados. Dá para ver só pelas fotos...
Também logo à noite saem os sempre muito aguardados rankings das escolas. Quando for exatamente 00h01 da manhã, pode consultar o nosso interativo com todos os dados e as respetivas análises. Terá ainda, durante a noite e ao longo do dia de sábado, várias reportagens, artigos e vídeos verdadeiramente surpreendentes. O resto das notícias estarão também, como sempre, no Observador.
Bom fim de semana
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