sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Um dia cheio, que vai dos Metallica à Gulbenkian e passa pelo futuro da RTP

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Enquanto Dormia
 
Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto
 
Olá, boa manhã de sexta-feira.
Antes de partir na viagem pela actualidade que marca o dia, vamos a três flashs rápidos da noite. Um: Os Metallica deram show no concerto de Lisboa ontem e fizeram questão de homenagear Zé Pedro com uma versão de A minha casinha que arrepiou um pavilhão Atlântico completamente cheio. Dois: o Estado português comprou uma obra importante da pintura portuguesa, a Anunciação de Álvaro Pires de Évora, num leilão da Sotheby’s por 350 mil euros; Três: um estudo acabado de publicar na Science alerta para um perigo aumentado de extinção dos ursos polaresdevido à ausência de alimento.
Passemos às novidades que revelamos esta manhã, que são muitas e importantes. E começamos pela ciência, que a Teresa serafim usa muito bem para explicar as questões importantes: dois estudos publicados este mês confirmam que os cigarros electrónicos também danificam o ADN e são tóxicos para um tipo de células do sistema imunitário. No século XX, as tabaqueiras conseguiram enganar os seus clientes durante várias décadas, mas nos tempos que correm será bem mais difícil...
Um dos temas mais importantes de hoje tem a ver com a renovação do portfolio financeiro da Fundação Gulbenkian, que desde o início estava concentrado nos petróleos e que agora deverá ser alienada. A Lurdes Ferreira explica o que está em causa nesta mudança e o Luís Villalobos examina à lupa as contas da Partex, em vésperas de ser entregue aos chineses da CEFC.
Já para lançar o congresso do PSD, a Sofia Rodrigues foi explorar os temas que vão marcar a discussão magna. E a Ana Maia encontrou uma moção que quer legalizar a cannabis ao preço de venda do mercado negro para acabar com o tráfico.
Passamos à justiça, que continua a merecer um parágrafo autónomo, tantas são as notícias. Este trabalho do Manuel Louro disseca a abertura e quase imediato fecho do processo a Mário Centeno, por causa dos bilhetes que recebeu para um jogo de futebol. Já o texto da Mariana Oliveira situa o estado da Operação Lex e avança com os próximos passos de uma trama complexa que implica juízes. De Bruxelas vem uma acção importante da justiça europeia contra Portugal por causa da adjudicação directa de navios à Martifer, no final do governo PSD, como conta o Pedro Crisóstomo.
Seguimos para os temas que mexem directamente com o dia a dia de todos nós: o surto de gripe parece estar finalmente a estabilizar; a Bárbara Wong tira as medidas à forma como o pensamento emocional pode ser usado para fornecer melhor educação escolar; os representantes dos doentes vão ajudar rever a Lei de Bases da Saúde, tomando parte na discussão política. E para ajudar a discutir o futuro da televisão de todos nós, abrimos as páginas a um grande trabalho de análise de Manuel Falcão sobre o papel da RTP, que merece ser bem lido e melhor ponderado.
E na volta ao mundo que é essencial para quem quer estar informado, vale a pena reter a polémica na Polónia sobre a negação do Holocausto que já tem força de lei, num tema que também nos mereceu um editorial por parte do Nuno Pacheco. Continua a haver novidades nos Estados Unidos e uma boa forma de as acompanhar é ouvir o irmão mais novo da nossa coleção de podcasts, Fogo e Fúria, dedicado à Casa Branca de Donald Trump.
No oriente, novidades nas questões de género: A Arábia Saudita começa a experimentar dar direitos humanos básicos a mulheres e o que acontece é o princípio de uma revolução: 140 vagas de trabalho receberam 107 mil candidaturas. Ao mesmo tempo, no Irão, as autoridades também se esforçam para recusar o tempo presente e prendem 29 mulheres que recusam o véu islâmico. Directamente relacionado com estas questões, vale mesmo a pena ler o obituário feito pela Joana Amaral Cardoso de Gene Sharp, o ideólogo das revoluções pacíficas que inspirou a primavera árabe e o movimento dos jovens angolanos.
No ípsilon, cujos links ainda não estão disponíveis a esta hora, há novidades nas artes visuais: um grande trabalho com José Pedro Cortes a propósito da inauguração de uma exposição com a sua nova abordagem fotográfica, outra completa viagem à exposição de William Kentridge no Rainha Sofia de Madrid, e um olhar sobre a publicação de Desenhos Efémeros de António Jorge Gonçalves. Mas é impossível não destacar também a imensa entrevista de Isabel Lucas a David Grossman, a propósito do seu livro Um cavalo entra num bar e do humor que veio com ele. A esta hora já o encontra nas bancas, daqui a pouco poderá vê-lo online.
Antes de me ir embora deixo duas sugestões de leitura em inglês, mais demoradas, que merecem alguns minutos do fim de semana: no Undark, um daqueles sites onde se encontram pérolas, há um pequeno ensaio adaptado do livro The Spinning Magnet, que acabou de sair nos Estados Unidos, que discute a possibilidade real – e bem fundamentada na ciência – de que os pólos da Terra se invertam e a civilização moderna deixe de funcionar. E da Wired vem este magnífico ensaio de Zeynep Tufekci sobre a liberdade de expressão, a democracia e a sociedade moderna que está a ser envenenada nos tempos das redes sociais.
Na segunda-feira o David está de regresso aos vossos emails, para vos dar os bons dias como só ele sabe. Eu ficarei, com o resto da equipa do Público, sempre por aqui. Passe por cá.


Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro


Todas as formas de divulgação

 possíveis são bem-vindas!

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