Para
o apontamento de hoje escolhi um título que não é usual, os leitores vão compreender
porque mais adiante, ora acompanhem o raciocínio:
-
Ontem ao final do dia tive a oportunidade de me reunir com um companheiro de
combate deste mundo que é a dádiva de sangue. A experiência daquele companheiro
é mais avançada que a minha, porém assiste-nos pontos de vista convergentes,
mas, divergimos noutros que nos deixam envolvidos num sentimento profundo de
desconforto, quais Israelitas e Palestinianos na dádiva de sangue.
A
ADASCA – Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro desde a sua
fundação, mantém-se independente e assim deve continuar, embora seja do nosso
conhecimento que tem um preço elevado a pagar.
A
liberdade tem o seu preço, os seus riscos, as suas delicadezas, logo quem dela
sabe tirar o melhor proveito dá o peito às balas dos inimigos, os tais que
deambulam por ai de fato e gravata, pronunciando discursos balofos, defendendo
interesses que a todos devia envergonhar, quando os dadores são prejudicados
para doarem sangue, muitos deles nas empresas onde trabalham, outros nas
entidades oficiais, como aconteceu recentemente com colegas da GNR de Aveiro.
Enquanto
é apertado o cerco à ADASCA pela equipa de verificação de contas do IPST,
outras gastam à tripa forra, porque estão protegidas pelo véu das federações.
Umas são filhas da mãe enquanto outras são filhas p…
A
experiência que temos granjeado no terreno, contactando com os dadores e
ex-dadores de sangue, dá-nos uma segurança absoluta para continuarmos pelo
caminho que escolhemos, escalando os obstáculos que nos são levantados com frequência.
Então,
melhor que nem sempre a verdade é aquela que os nossos ouvidos registam, e que
discursos são, por vezes, um simulacro do cenário criado em função das circunstâncias
para agradar aos mesmos ouvintes presentes no auditório.
O
rigor, a imparcialidade, a neutralidade que deviam constituir o breviário de
quem toma as decisões administrativas, infelizmente deixaram de constar no
código de conduta de alguns funcionários do IPST, em concreto no CST de Coimbra.
Todo
o mundo conhece os confrontos entre Israelitas e Palestinianos, cenário de
guerra que se mantém durante anos. Por muito caricato que possa parecer à
primeira impressão, por cá no mundo da dádiva de sangue acontece o mesmo. Qual é
o interesse que o IPST tem em manter o apoio financeiro às duas federações de
dadores? O que uma faz que a outra não consegue fazer? Não é justo que sejam as
associações federadas a sustentar as respectivas federações através de
cotizações?
Às
associações que trabalham no terreno com imensos sacrifícios aperta-se o
garrote financeiro, enquanto para as federações são transferidos elevados milhares
de euros que nem sequer são publicitados!
Porque
razão deixou de estar disponível a lista onde constavam os valores de apoios atribuídos
às associações e federações? O que há a esconder com este procedimento? Andamos
por cá a ser enganados por quem? O IPST não deve tornar público os apoios que
disponibiliza anualmente? Para que serve a exigência e a tão apregoada transparência?
Entre
Israelitas e Palestinianos qual deles é o melhor? Não são ambos os causadores
do divisionismo que reina entre os dadores, e por sua vez entre as associações?
Estamos
à beira de comemorar o Dia Nacional do Dador de Sangue, a 27 de Março, mas,
essa comemoração destina-se a alguns dirigentes, chutando para uma distância
brutal quem estende os braços: os dadores de sangue. Estes sim, contribuem para
sustentar o sistema e os esquemas…
Este
modelo provoca-me profunda indignação, senão mesmo um indescritível sentimento
de revolta, dando a entender que os dadores só servem para abastecer os stocks
dos centros regionais de sangue, como de objectos descartáveis se tratassem.
O
que é que eu e o leitor não sabemos e não vemos sobre este assunto? Desses Israelitas
e Palestinianos, eu estou fora! Desses Israelitas e Palestinianos eu quero
distância.
RESPEITO
precisa vir em primeiro lugar para quem doa o seu sangue!
Não procures esconder nada; o tempo vê, escuta e
revela tudo. Sófocles.
J.
Carlos
Director
_____________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário