terça-feira, 6 de março de 2018

Itália, "como se explica isto?" # Guerra judicial no caso Mexia # 3 estudos assustadores



P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
Eis as últimas notícias: 

Kim deu um jantar aos enviados da Coreia do Sul. Em Pyongyang, as notícias do primeiro encontro desde 2011 mostram uma inesperada recepção aos rivais do sul.
Um ex-espião russo ficou em estado grave em Londres, por "exposição a uma substância desconhecida". Se a história lhe traz algumas memórias de volta, nem imagina quando entrar e vir os detalhes. Ah! O Kremlin diz, desta vez, diz-se disposto a colaborar com Londres.
Em Ghouta, dezenas de pessoas morreram num só diaForam as 24 horas mais mortíferas naquela zona da Síria, desde que a ONU decretou um cessar-fogo, diz o The Guardian. Pior: a ajuda humanitária chegou à região sem a maior parte do material médico. A Cruz Vermelha anunciou esta manhã que suspendeu a ajuda humanitária precisamente por causa da violência. 
A UE prepara uma retaliação às tarifas de Trump. Serão 25% sobre a importação de aço, jeans e t-shirts americanas, segundo um documento consultado pela Bloomberg.
O Norte bloqueia as ideias de Macron para a zona euro. Um grupo de oito países liderado pela Holanda querem limitar a reforma do euro à finalização da união bancária e à criação de um FMI europeu, diz o El PaisA carta com a posição conjunta é um desafio a Macron e Juncker, que Mário Centeno terá que dirimir. 

O que marca o dia

A nossa manchete é sobre o caso EDP: os procuradores acusam o juiz de bloquear a investigação a Mexia. E comparam-se aos assassinos do “Relatório Minoritário”, presos antes de cometerem crimes. A Ana Brito conta a história desta guerra no sistema judicial, assim como o pedido de informação que eles fizeram aos documentos da Operação Marquês e à investigação do caso BES, apontando à "afinidade" entre Mexia, Pinho, Salgado e Sócrates (que ontem perdeu mais um recurso, em apenas duas páginas).
EDP ameaça ir para tribunal contra o Governo. Isto se os 73 milhões de euros - que o Executivo diz que foram pagos em excesso à EDP - forem retirados das contas finais dos contratos CMEC, diz o Negócios.
Portugal é exemplo dos "abusos e corrupção" dos programas de vistos Gold. Novo consórcio global anticorrupção denuncia o sistema de compra de passaportes europeus e apela à intervenção da Comissão Europeia. Portugal está mesmo no centro da mira. Mas o negócio parece estar já em perda, anota o Observador.
Na Saúde, um estudo preocupante: diz que 11% dos portugueses não compraram medicamentos por falta de dinheiro, que 2 milhões faltam a consultas por falta de dinheiro e que piorou a percepção sobre a qualidade do serviço do SNS
No Superior, um estudo assustadoralunos e famílias não acreditam que estudar compense.
Para completar o quadro, há este outro estudoos portugueses trabalham cada vez mais tempo. Muito mais que alemães ou holandeses, diz o Observatório das Desigualdades, citado pela TSF.
O acesso de estagiários ao programa de precários foi desbloqueado. As comissões de avaliação têm recusado as candidaturas dos estagiários, mas o Ministério do Trabalho garantiu que a lei será cumprida, conta a Raquel Martins.
PSD e Governo negoceiam uma descentralização gradual. O MAI propôs ao PSD que a passagem de poderes possa ser feita em quatro anos. Rui Rio aceita o princípio e já só quer discutir o financiamento. Mas avisa: a descentralização regional fica para 2019.
Fora de causa está abolir portagens no interior. Se o Governo pensou no assunto, já desistiu da ideia

Itália, "como se explica isto?" 

Os italianos escolheram Salvini e Di Maio, dois populistas, dois radicais, e um deles pode vir a governar o país. “Como se explica isto?”, é a pergunta mais repetida nos programas de debate político das televisões italianas. Nos jornais, directores e colunistas ensaiam explicações. Mas os italianos não estão loucos, admite a Sofia Lorena, nossa enviada especial a Roma.
E agora? Continuo com a Sofia: "Chegar à governabilidade é difícil, mas os vencedores reivindicam o direito a tentá-lo. Face aos resultados, é provável que o Presidente preferisse não lhes dar essa oportunidade. Bruxelas preferia certamente outros". Agora, assim sendo, os cenários pós-eleitorais partem daqui: dois líderes à procura de uma maioria. Um deles é Di Maio, "o camaleão"; o outro é Matteo Salvini, o meteoro.
E quando uns sobem, outros descem. A derrocada socialista chegou a outro país europeu - mas Renzi não quer sair já da cadeira. Por isto.
Chegados aqui, vale a pena trocar umas ideias sobre o assuntoPaulo Rangel pergunta se Itália é museu ou laboratório. Enquanto o Diogo Queiroz de Andrade, no Editorial, anota uma certeza: "Não vão ser tempo fáceis, nem em Itália nem em Bruxelas".

A agenda de hoje

O ministro do Ensino Superior vai estar na linha de fogo: estará durante a tarde no Parlamento, para responder aos deputados; será o alvo das manifestações da Fenprof, por causa da precariedade nas universidades; e ouvirá a posição do Conselho de Reitores sobre a redução das vagas em Lisboa e Porto.
No Parlamento estarão também os trabalhadores da CGD, com a comissão que os representa a ser ouvida sobre o novo plano de rescisões anunciado por Paulo Macedo. Os deputados vão também analisar os projectos de lei relacionados com as contas de Serviços Mínimos Bancários.
Em Genebra, começa mais uma exposição do mundo automóvel, já sobre a boa influência do movimento #metoo: há marcas que abdicaram das raparigas semi-despidas que 'mostravam' os carros novos.
No futebol, hoje é dia de Champions, com o Porto a tentar recuperar honra em Liverpool - e o PSG a precisar de um milagre, sem o poder pedir a Neymar.
Despeço-me por aqui, já atrasado.
Um dia bom! Até já! 

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