A neve e o gelo da semana passada danificou milhares de árvores em explorações agrícolas dos concelhos de Alfândega da Fé, Miranda do Douro e Mogadouro, dando origem a prejuízos elevados no olival e no montado de sobreiro e carrasco. O peso do gelo provocou a quebra de ramos, pernadas e em muitos casos o próprio tronco da árvores também ficou danificado.
Há dezenas de agricultores afetados por uma situação que classificam de inédita. "Como as árvores tinham pouca seiva devido à seca prolongada, a neve acabou por gelar os ramos e estes partiram por estarem muito frágeis. Há casos de árvores jovens, com 4 ou 5 anos, que partiram pelo tronco, mas também há outras com 20 anos que tiveram a mesma sorte", explicou Amílcar Fernandes, agricultor em Vilar Chão, concelho de Alfândega da Fé.
Os agricultores estão ainda a avaliar o montante total dos prejuízos e o número de árvores afetadas, uma vez que estão distribuídas por várias explorações.
A produção de azeite nos próximos anos deve ficar afetada, visto que muitas árvores jovens ficaram destruídas e as centenárias têm muitos galhos partidos ou danificados.
A Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA), sediada em Mogadouro, tem sido procurada pelos agricultores que relatam estes problemas. "Os olivicultores e produtores de cortiça nos concelhos referidos, afirmam que milhares de árvores foram lesadas, das quais algumas centenárias, referindo ainda o facto dos ramos partidos virem a facilitar a entrada de doenças e, por conseguinte, prejudicar ainda mais as referidas produções, podendo muitas acabarem por morrer", deu conta um técnico desta associação.
Os agricultores querem apresentar um manifesto à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte para solicitar medidas de apoio para fazer face às elevadas perdas de rendimento.
Fonte: JN
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