David Dinis, Director
|
Bom dia!
Vamos olhar as últimas notícias?
A guerra comercial de Trump fez ricochete: um conselheiro do Presidente demitiu-se por divergências sobre as suas novas políticas comerciais.
A América diz que a Coreia do Norte matou o irmão de Kim. A acusação é simples de explicar: Kim Jong-Nam era um crítico do regime norte-coreano e vivia no exílio; Pyongyang terá planeado o assassinato, que executou com armas químicas. Mas a tese americana chega num momento delicado.
A Justiça brasileira rejeitou o pedido para evitar prisão de Lula. O Superior Tribunal de Justiça brasileiro não aceitou o habeas corpus para evitar a prisão do ex-Presidente, que em Janeiro foi condenado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A decisão foi unânime.
O Porto salvou a honra do convento. Na deslocação a Liverpool, não evitou a saída da Champions, mas segurou um empate em registo diplomático. Já o Real Madrid, está para durar na versão europeia.
O que marca o dia
Ainda a investigação ao Benfica, que tem todos os ingredientes para uma novela: espionagem nos tribunais, sobre processos ligados ao clube e aos rivais; a 'simpatia' de funcionários judiciais, que davam dados sigilosos a troco de prendas; e, claro, a velha história dos e-mails e de jogos alegadamente comprados em pano de fundo. A Mariana Oliveira explica as suspeitas; o Tiago traça o perfil do suspeito número 1, o advogado discreto que se tornou multicampeão; e o Paulo Curado dá a notícia desta manhã: a FPF considera que o processo está fora da alçada desportiva.
Ainda a investigação a Tancos, para lhe contar que o ministro da Defesa falhou a entrega de um dossier prometido, elencando todas as medidas tomadas para que o caso não se repita - e com o que se sabe sobre o roubo.
E também as investigações a polícias. A Inspecção Geral abriu 11 processos disciplinares a polícias que mataram civis em seis anos. Os dados são desta manhã.
Uma ameaça ao Governo: os precários que não sejam integrados nos quadros podem processar o Estado, diz uma das centrais sindicais ao DN (no dia em que o Bloco exige maior rapidez no processo, já com 600 denúncias na mão).
As mudanças nos serviços da banca. O PS aceitou melhorar os serviços mínimos, mas travou a “revolução” do PCP.
O Novo Banco vai fazer novas rescisões (e reformas antecipadas) para reduzir 400 trabalhadores. E já levou um puxão de orelhas de Bruxelas: deu taxas de juro nos depósitos acima do que podia, diz o Negócios, além de outras práticas pouco recomendáveis, acrescenta o ECO. Entretanto, convém ficarmos vigilantes: Portugal pode injectar mais capital no Novo Banco além dos 3,9 mil milhões.
Em Lisboa, só recebe juros quem protestou. O tema é, outra vez, a taxa de protecção civil.
Acrescentar um ponto
1. A nossa análise sobre as eleições em Itália. Começo por aqui, não há outra forma: "As eleições italianas trouxeram uma novidade: os partidos anti-sistema, o Movimento 5 Estrelas e a Liga ultrapassaram a barreira dos 50% dos votos. Não será possível formar um governo sem pelo menos um deles. A conjugação maioritária de dois partidos antiglobalização é um fenómeno novo na Europa." É por isso que oJorge Almeida Fernandes conclui que "desta vez, a realidade exagerou". E que o Rui Tavares, acrescentando um "mas...", nos fala de "um país em chiaroscuro", alertando que "é fácil", mas errado, "contar uma história enviesada só para um lado". Quanto a mim, no Editorial, ensaio uma explicação para outro dado que resulta destas eleições: o que é que aconteceu aos socialistas europeus?
2. Kim põe o nuclear em cima da mesa, mas exige o "impossível". Foi a notícia do dia de ontem: em Pyongyang, uma delegação governamental sul-coreana ouviu Kim Jong-un dizer que está disposto a conversar com os EUA sobre a reversão do seu programa nuclear, caso haja uma garantia de segurança para o seu regime. Washington quer esperar para ver. Mas, anota o João Ruela Ribeiro, o ambiente ainda é de "desconfiança extrema", há um teste à abertura de Kim mesmo à porta e um loooongo histórico de negociações que não levou a lado nenhum.
3. Teremos à porta uma Grande Guerra Comercial? Dizem que a história não se repete, mas as semelhanças entre a política comercial prometida por Donald Trump e aquela que foi seguida no século passado pelos Estados Unidos durante a Grande Depressão estão cada vez mais a assustar quem teme os efeitos de uma escalada proteccionista por todo o planeta. O Sérgio Aníbal lembra a história e dá o contexto e entrevistou uma especialista em geopolítica económica, que não recomenda “ingenuidade” perante a China. Enquanto a Luísa Pinto media o ambiente com as empresas portuguesas que podem ser atingidas.
4. As origens dos “factos” plantados e das notícias falsas. A história do "spin" mediático é muito reveladora. Mostra-nos a importância de encontrar os seus “engenheiros escondidos” e de desconfiar dos “especialistas” que estes convocam. Os historiadores Miguel Bandeira Jerónimo e José Pedro Monteiro voltam a 1929 para mostrar como a história das 'pseudonotícias' não é de hoje. E entrevistaram David Miller, um estudioso do assunto, que deixa uma convicção: “As fake news são dominadas pelos governos ocidentais e pelas multinacionais”.
A agenda de hoje
António Costa reentra no Roteiro da Inovação, anunciando a requalificação de uma escola no Porto. Enquanto o seu ministro Eduardo Cabrita tenta desbloquear as negociações com os polícias. E com o Bloco a pressionar a integração dos precários nos quadros do Estado, numa interpelação parlamentar.
Na área económica, o destaque do dia vai para os dados sobre o crescimento das economias europeias, que o Eurostat vai divulgar, a par das recomendações da Comissão aos países com desequilíbrios macroeconómicos na zona euro. Aguarde também os resultados dos CTT, que darão gás a uma polémica que se prolonga.
Lá por fora, o destaque vai para uma visita de Theresa May à Arábia Saudita, ficando longe para ouvir a resposta do Conselho Europeu à sua pretensão de manter privilégios para a City (que, sem surpresa, será um "não").
Já agora, um lembrete: a partir de hoje conte com nevões, tornados e até chuva com congelação. A boa notícia é que a Primavera vai trazer-nos o Chico, à boleia das suas belíssimas Caravanas :)
Por mim, é tudo.
Fica o meu desejo de um dia produtivo, de sorriso aberto.
Até já!
No PÚBLICO acreditamos na importância da informação independente. Trabalhamos todos os dias, a todas as horas, para entregar aos nossos leitores a informação diferenciada e a análise de qualidade feita pelos melhores profissionais.
Mas precisamos de si. Assine o PÚBLICO
Nenhum comentário:
Postar um comentário