David Dinis, Director
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Bom dia!
Que tal foi esse fim-de-semana?
Para se pôr a par, aqui vão as últimas notícias:
Putin ganhou por aclamação e prometeu um governo "fora do comum". Com um resultado melhor do que nas últimas eleições, acima dos 76%, Putin deve tornar no líder russo com mais longevidade no poder desde Estaline. Ele agradeceu, e começou a delinear os seus planos. Mais abaixo regressarei ao tema, para lhe dar outros pontos de vista sobre a Rússia de amanhã.
Trump diz não ter planos para despedir Mueller. Os rumores voltaram depois de ter sido despedido o antigo director-adjunto do FBI, co-responsável pela investigação sobre a Rússia. E já levaram os republicanos a deixar avisos ao Presidente americano. Mas a Casa Branca garantiu esta noite que o procurador especial vai manter-se na investigação.
Xi Jinping já formou o novo Governo chinês: nomeou Liu He para vice-PM, um seu conhecido conselheiro económico, dando o sinal de que não quer novos riscos financeiros nos próximos anos. A maior surpresa foi o nome escolhido para o banco central, apontando também para redobrada prudência, anota a Reuters.
No futebol, a noite trouxe a melhor versão do Sporting: foi pressionante, criou condições para uma goleada, mas acertou mais nos ferros da baliza de Cássio que no fundo das redes. Mesmo assim, chegou para vencer por 2-0 o Rio Ave e manter a luz da vela acesa.
O que marca o dia
Centeno não vai abrir os cordões à bolsa em 2019. Com o Programa de Estabilidade mesmo à porta, antecipando as linhas do último Orçamento, no Governo há já a certeza de que o ministro das Finanças não vai dar margem para aumentos na função pública e que pouca margem dará para negociar medidas à esquerda. A São José Almeida antecipa, assim, conversas “duras e difíceis” à esqurerda. Enquanto eu, no Editorial, argumento que a escolha é de Costa e será "decisiva".
Os salários não vão subir como antes. Os últimos números mostram uma mudança ainda lenta. E vários factores tornam improvável um regresso a variações nos vencimentos idênticas às registadas antes da crise, alertam o Sérgio Aníbal e a Raquel Martins.
Rui Rio perdeu um secretário-geral e ganhou outro problema: Feliciano Barreiras Duarte apresentou a demissão, mas o líder só pode eleger o sucessor com os votos do Conselho Nacional, onde está longe de ter uma maioria. A Maria Lopes explica os nomes de que se fala e os avisos que já se ouvem em surdina. Ontem, Marques Mendes avisou que virão mais casos, se Rio não tomar o pulso ao partido. Quanto a Feliciano, culpa os críticos de Rio de um ataque "intolerável".
O incêndio de Outubro foi mais incontrolável do que o de Pedrógão. A equipa que ficou encarregue de fazer a reconstituição da tragédia, a segunda de 2017, aponta para um fenómeno "extremo" e difícil de controlar. O relatório será entregue amanhã na Assembleia, mas o JN tem uma antecipação.
Ainda sobre os incêndios: as estatísticas oficiais escondiam 100 mil hectares queimados em 2017. A TSF investigou as "incongruências" entre os números divulgados em Portugal e pela Comissão Europeia e chegou a esta conclusão.
Os riscos nas dádivas de sangue por gays estão por estudar há um ano. Ministério da Saúde disse em Fevereiro de 2017 que estava “em curso” um estudo sobre riscos na dádiva de sangue por homossexuais. Mas o Instituto Ricardo Jorge diz que só agora iniciou a “análise das opções a tomar”. E ninguém explica o atraso.
As universidades estão a falhar no acolhimento a estudantes estrangeiros: há cursos anunciados em inglês, mas que são ministrados em português; falta de estruturas formais às quais os alunos possam recorrer em caso de necessidade; e uma cultura docente que não tem em conta a crescente multiculturalidade das turmas. Esta tese de doutoramento põe o dedo numa feridapouco falada.
Mais coisas para ler
1. Começou a era pós-Putin. As presidenciais russas de ontem abriram uma discussão fascinante: a sucessão de Vladimir Putin, em 2024, é um tabu, mas também causa de nervosismo na chamada elite. Não está em causa uma mudança de regime. Mas o regime vai começar a mudar. O Jorge Almeida Fernandes dá-nos o seu Ponto de Vista sobre os dias que começam hoje, num texto que deve ser lido a par desta Rússia de Vladimir, do João Ruela Ribeiro.
2. Gdansk, a cidade livre na nova Polónia autoritária. O local onde nasceu a resistência ao comunismo na Europa de Leste é hoje um refúgio num país onde a democracia anda para trás, liderado por um Governo populista. Até o Solidariedade de Lech Walesa se tornou um aliado das forças retrógradas. A reportagem tem a marca Iinvestigate Europe, um consórcio com jornalistas de oito países europeus que tem também a marca do PÚBLICO.
3. Combater o fogo com Fogo. Como o humor pode ajudar a ultrapassar o trauma. O grupo Trigo Limpo teatro ACERT está a percorrer aldeias de Tondela e a pôr as pessoas a rir da própria desgraça. É uma forma de ultrapassar as marcas da tragédia dos incêndios do ano passado. O Camilo Soldado andou por lá, a sentir a superação da alma.
4. Hoje o Pedro é um bosque. Verónica Silva, 31 anos, sempre soube o que queria para si. Ser cremada. Cinzas espalhadas num campo de girassóis, para que sempre que vissem aquela flor se lembrassem dela. O marido, Pedro, fugia a estas conversas. Ele sabia o que não queria: um funeral religioso, flores, choro." Mas o Pedro estava doente. E morreu em Dezembro. A forma como ele viveu e as decisões que tomou sobre o fim de vida ajudaram a mulher, Verónica, a saber o que fazer após a perda. No próximo fim-de-semana vai-se cumprir aquilo que ele queria: amigos e família plantam-lhe um bosque na Mata do Buçaco. A história mais bela do nosso fim-de-semana conta-se assim, pela mão da Margarida David Cardoso.
A agenda de hoje
A agenda por cá é curta: o ministro da Saúde tem agendada uma conferência de imprensa sobre o surto de sarampo; e António Costa reúne o Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia. Já no Campus da Justiça, começam as alegações finais no julgamento do processo "vistos gold".
Lá por fora, é mais carregada: os ministros das Finanças do G20 juntam-se em Buenos Aires, no momento de regresso do proteccionismo; diplomatas dos EUA e Coreia do Norte encontram-se na Finlândia, preparando a reunião dos dois líderes; o príncipe herdeiro saudita começa uma visita a Washington; e o Papa Francisco cumpre cinco anos de mandato.
O que se comemora por todo o lado é o Dia do Pai, lembrando-nos que há sempre uma coisa que se sobrepõe a tudo o resto.
Que o dia seja, assim, feito de sorrisos. E de boas notícias.
Nós ficamos por aqui. Até já!
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