O ADN do misterioso homem de Denisova foi sequenciado completamente pela primeira vez em 2010
Os nossos genes carregam as marcas dos nossos encontros com os Neandertais mas também com diferentes populações do homem de Denisova, indica um estudo publicado na revista científica Cell. O artigo salienta que os nossos antepassados se cruzaram não com uma, mas com duas populações diferentes do homem de Denisova.
A descoberta de que os Homens de Neandertal e modernos não estavam sós é relativamente recente: os restos que permitiram identificar o ADN destes hominídeos foram encontrados na caverna de Denisova, no Sul da Sibéria, em 2008.
Agora, um estudo utilizou um novo método de análise genética para comparar um genoma inteiro do homem de Denisova. "É surpreendente que possamos analisar a história humana através dos dados genéticos de humanos atuais e determinar alguns dos eventos que aconteceram no passado", disse a autora do estudo, Sharon Browning, num e-mail enviado à CNN, que publica as conclusões do estudo.
A professora de investigação do Departamento de Bioestatística da Universidade de Washington refere ainda que neste estudo, encontraram "dois episódios distintos da mistura do homem de Denisova", que vêm acrescentar dados ao que já era conhecido sobre o contributo dos Neandertais no ADN dos humanos modernos.
O ADN de Denisovanos foi sequenciado completamente pela primeira vez em 2010, o que levou à descoberta de que esta espécie se tinha cruzado com os nossos antepassados. Estudos posteriores revelaram, por exemplo, que populações da Oceânia herdaram mais ADN do homem de Denisova - cerca de 5%.
Havia populações distintas de denisovanos
Agora, os cientistas foram capazes de estabelecer que houve um segundo contacto. Ao comparar o genoma do homem de Denisova das Montanhas Altai com o de mais de 5600 de habitantes da Eurásia e da Oceânia, os cientistas perceberam que os humanos do este da Ásia estão mais "próximos" deste, enquanto com as populações da Oceânia passa-se o contrário.
"Fica também claro que havia populações distintas de Denisovanos, em vez de uma única população", refere Browning. "O facto de que as duas populações terem divergido sugere que estas não se misturavam muitas vezes entre si, talvez devido à separação geográfica".
Uma possível explicação é a de os nossos antepassados da Oceânia terem encontrado um grupo de Denisovanos do sul, enquanto os asiáticos orientais encontraram um grupo do norte.
Browning e os colegas planeiam estudar outras populações para encontrar indícios da mistura de outras espécies humanas arcaicas no ADN do homem moderno, além de Neandertais e Denisovanos.
Fonte. DN
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