quinta-feira, 14 de junho de 2018

OPINIÃO | Celebrando o Dia Mundial do Dador de Sangue

João Paulo Almeida e Sousa*
Hoje, 14 de junho, assinala-se, sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial do Dador de Sangue.

É uma forma de a OMS lembrar a dádiva de sangue, valorizando-a e agradecendo aos dadores voluntários e benévolos a sua insubstituível atitude de cidadania. É preocupação chamar a atenção para a necessidade de os cidadãos, enquadrados na consciencialização coletiva da vital importância deste gesto, darem sangue regularmente para assegurar as necessidades em sangue e seus componentes, mas também a sua qualidade e segurança.

Neste ano, a campanha de divulgação em torno da dádiva de sangue dá enfoque a esta magnificente atitude de solidariedade, pelo incomensurável valor altruísta que representa a dádiva voluntária e não remunerada.

Por isso, o alerta que a OMS lança: "Esteja disponível para quem precisa. Dê sangue. Partilhe vida!".

Em Portugal, a motivação para dar sangue está bem enraizada na nossa população. Em particular, o movimento associativo em torno da dádiva tem um papel mobilizador de relevo, de norte a sul do país.

Contudo, importa investir na promoção e na divulgação da dádiva de sangue junto dos mais jovens, de forma assertiva, para podermos assegurar no futuro os adequados níveis das nossas reservas, tendo em vista a nossa autossuficiência em sangue, face ao envelhecimento populacional registado.

Os objetivos da campanha da OMS em 2018 são multifacetados: agradecer aos dadores de sangue e encorajar quem nunca fez a sua dádiva a fazê-lo desde já; alargar a consciencialização dos benefícios da dádiva benévola e altruísta, sendo necessário manter dadores regulares para mantermos as adequadas reservas de sangue. Esta é uma forma de, enquanto cidadãos, darmos o nosso contributo para os serviços públicos de saúde, leia-se SNS, com elevado espírito de solidariedade e cidadania, animados por sentimentos de altruísmo e participação coletiva.

Em Portugal, estes objetivos preconizados pela OMS estão felizmente acautelados e são alcançados com a dádiva voluntária, benévola e altruísta. Alcançámos um equilíbrio entre as colheitas de sangue e o seu consumo, através da redução sustentada da colheita de sangue face à diminuição da sua utilização clínica, perante os novos paradigmas na gestão do sangue dos doentes e na prática transfusional.

No nosso país em 2017 fizeram--se 32,40 dádivas por mil habitantes, o que coloca Portugal acima da média dos países de renda elevada, e foram administrados 30,03 concentrados de eritrócitos por mil habitantes, o que evidencia a autossuficiência do país.

O Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), contando com o trabalho dedicado das associações de dadores, continua a cumprir a sua missão, garantindo a estabilidade das reservas nacionais, com o contributo também dos hospitais e o empenho dos profissionais.

Mas, além da nossa autossuficiência em sangue e seus componentes, é também fundamental manter e consolidar a vigilância da qualidade e da segurança do sangue. Esta é uma preocupação maior do IPST, garantindo-se assim elevados padrões de qualidade das transfusões.

Presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.*

Fonte: DN
14/06/2018


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