Dois estudos feitos pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge encontraram níveis elevadíssimos de sal ou açúcar em todos os tipos de alimentos processados analisados.
No caso do sal, foram estudadas centenas de sopas prontas para comer, tipos de fiambre, queijos e tostas. No açúcar, a avaliação centrou-se nos cereais para pequeno-almoço e iogurtes sólidos e líquidos.
Em todos os tipos de alimentos são raros os produtos à venda que ficam dentro das metas definidas pelo Estado português, na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, para serem alcançadas em 2020.
Os dois estudos sublinham os efeitos negativos para a saúde do açúcar e do sal, nomeadamente doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, pelo que defendem que é preciso intervir junto das empresas que vendem estes produtos, mas também alertar os consumidores.
Apenas 22 em 167 iogurtes têm o açúcar que deviam
No caso do açúcar, foram analisados 167 iogurtes e apenas 22 sólidos cumpriam o que é aconselhado pelas autoridades de saúde (no caso dos líquidos nenhum cumpria esses valores). Para os cereais foram avaliadas 103 marcas e apenas 6 (sempre flocos de milho e integrais) vão de encontro às recomendações.
Os especialistas em saúde sublinham que nos iogurtes e nos cereais estamos a falar de produtos muito consumidos, diariamente, por crianças.
Em ambos os casos será preciso reduzir para um quarto ou mesmo um quinto, em média, o açúcar em iogurtes e cereais.
Quase tudo tem sal em excesso
Quanto ao sal, o cenário de excesso é comum a quase todos os tipos de produtos analisados. Nas sopas prontas para comer a redução necessária até 2020 cortará 80% do sal, enquanto no fiambre, queijos e tostas o corte pode ser ainda maior, passando com frequência para apenas um oitavo do que é praticado atualmente.
Das 382 sopas analisadas apenas 4 ficaram abaixo do valor limite previsto na Estratégia nacional e aconselhado pela Direção-Geral de Saúde.
Nos fiambres (de porco, frango e peru) nenhum cumpre o teor de sal de referência: 0,3 gramas por cada 100 gramas de produto. Ou seja, a redução até 2020 deve ser de 87,5%.
Quanto aos queijos (flamengo, fresco, mozarela, creme, etc.), apenas 2 dos 93 ficam dentro do que se esperava, sendo o mercado português aquele onde estes têm mais sal em comparação com o reino Unido e França.
Só duas marcas de tostas dentro do limite
Finalmente, foram avaliadas 126 tostas (de diferentes tipos de cereais, normais e integrais). Os números portugueses são dos mais baixos dos seis países europeus analisados, mas mesmo assim apenas 2 tostas cumprem os valores de referência, pelo que a redução até 2020 terá de rondar, em média, os 70%.
O estudo conclui que nas sopas, fiambre, queijos e tostas é "ínfimo" o número de produtos com valores de sal iguais ou inferiores ao previsto na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
TSF
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