terça-feira, 31 de julho de 2018

Fiambre, queijo e tostas têm de cortar no sal. Iogurtes e cereais no açúcar

Dois estudos feitos pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge encontraram níveis elevadíssimos de sal ou açúcar em todos os tipos de alimentos processados analisados.
Resultado de imagem para Fiambre, queijo e tostas têm de cortar no sal. Iogurtes e cereais no açúcarNo caso do sal, foram estudadas centenas de sopas prontas para comer, tipos de fiambre, queijos e tostas. No açúcar, a avaliação centrou-se nos cereais para pequeno-almoço e iogurtes sólidos e líquidos.
Em todos os tipos de alimentos são raros os produtos à venda que ficam dentro das metas definidas pelo Estado português, na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, para serem alcançadas em 2020.
Os dois estudos sublinham os efeitos negativos para a saúde do açúcar e do sal, nomeadamente doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, pelo que defendem que é preciso intervir junto das empresas que vendem estes produtos, mas também alertar os consumidores.
Apenas 22 em 167 iogurtes têm o açúcar que deviam
No caso do açúcar, foram analisados 167 iogurtes e apenas 22 sólidos cumpriam o que é aconselhado pelas autoridades de saúde (no caso dos líquidos nenhum cumpria esses valores). Para os cereais foram avaliadas 103 marcas e apenas 6 (sempre flocos de milho e integrais) vão de encontro às recomendações.
Os especialistas em saúde sublinham que nos iogurtes e nos cereais estamos a falar de produtos muito consumidos, diariamente, por crianças.
Em ambos os casos será preciso reduzir para um quarto ou mesmo um quinto, em média, o açúcar em iogurtes e cereais.
Quase tudo tem sal em excesso
Quanto ao sal, o cenário de excesso é comum a quase todos os tipos de produtos analisados. Nas sopas prontas para comer a redução necessária até 2020 cortará 80% do sal, enquanto no fiambre, queijos e tostas o corte pode ser ainda maior, passando com frequência para apenas um oitavo do que é praticado atualmente.
Das 382 sopas analisadas apenas 4 ficaram abaixo do valor limite previsto na Estratégia nacional e aconselhado pela Direção-Geral de Saúde.
Nos fiambres (de porco, frango e peru) nenhum cumpre o teor de sal de referência: 0,3 gramas por cada 100 gramas de produto. Ou seja, a redução até 2020 deve ser de 87,5%.
Quanto aos queijos (flamengo, fresco, mozarela, creme, etc.), apenas 2 dos 93 ficam dentro do que se esperava, sendo o mercado português aquele onde estes têm mais sal em comparação com o reino Unido e França.
Só duas marcas de tostas dentro do limite
Finalmente, foram avaliadas 126 tostas (de diferentes tipos de cereais, normais e integrais). Os números portugueses são dos mais baixos dos seis países europeus analisados, mas mesmo assim apenas 2 tostas cumprem os valores de referência, pelo que a redução até 2020 terá de rondar, em média, os 70%.
O estudo conclui que nas sopas, fiambre, queijos e tostas é "ínfimo" o número de produtos com valores de sal iguais ou inferiores ao previsto na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
TSF

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