O líder do PSD, Rui Rio, considerou hoje positiva a baixa da taxa de desemprego, mas avisou que a descida se faz à custa de emprego menos qualificado, com baixos salários, que afeta a competitividade do país.
"Esses empregos que podem melhorar a produtividade do país são justamente aqueles portugueses que estão a emigrar. São aqueles portugueses mais bem preparados profissionalmente, que, não encontrando emprego cá, são obrigados a sair", disse Rui Rio aos jornalistas, à margem de uma visita à feira Expofacic de Cantanhede, distrito de Coimbra.
"Ficam cá aqueles que precisam de emprego, encontram emprego, mas [de] mais baixos [salários]. E, portanto, sendo positivo a taxa de desemprego baixar nós temos de saber analisar os dados porque, em termos de competitividade da economia portuguesa, estamos a fazê-la por baixos salários. E a produtividade a baixar", avisou o líder social-democrata.
Na ocasião, Rio considerou "indiscutível" que a queda da taxa de desemprego é uma boa notícia, mas recusou uma leitura "linear" dos dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma revisão em baixa a taxa de desemprego de maio, para os 7%, valor mínimo desde outubro de 2002, estimando para junho uma nova descida, para os 6,7%.
"Em primeiro lugar, temos 100 mil portugueses a emigrar todos os anos, portanto isto melhora também a taxa porque reduz a população ativa", argumentou.
Por outro lado, o presidente do PSD reafirmou as questões ligadas à criação de emprego e à produtividade.
"Os empregos que estão a ser criados são empregos de salários baixos. Quando o emprego sobe mais do que a produção, quer dizer que a produtividade baixa. E portanto a produtividade tem baixado e os salários têm sido baixos, é bom criar empregos mas é bom criar empregos que tenham maior valor acrescentado e que melhorem a própria produtividade do país", considerou Rui Rio.
O valor da taxa de desemprego apurado pelo INE em maio representa uma descida de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior, menos 0,6 pontos percentuais em relação a três meses antes e uma queda de 2,2 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2017.
Lusa
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