Os concessionários do maior jazigo de gás natural existente em Moçambique iniciaram semana finda actividades de marketing do projecto que espera produzir, liquefazer e vender gás natural do campo de Mamba, situado na Área 4 da bacia do Rovuma. No entanto o Governo de Filipe Nyusi (des)espera que a ExxonMobil e a Eni apresentem formalmente o Plano de Desenvolvimento para o início efectivo dos investimentos projectados em 27 biliões de dólares norte-americanos para exploração dos 50 triliões de pés cúbicos de gás natural.
Durante a Conferência Mundial do Gás, que decorreu entre 25 e 29 de Junho nos Estado Unidos da América, representantes da Eni, ExxonMobil CNODC, Kogas, Galp e ENH, parceiras na Área 4 na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, reuniram-se em Washington, D.C., para confirmar o progresso das actividades de marketing.
“Após a Tomada da Decisão Final de Investimento (DFI) do FLNG (fábrica flutuante de gás natural liquefeito) de Coral Sul em 2017, estamos agora a trabalhar em conjunto para desenvolver os restantes campos de gás que irão alimentar as unidades de liquefacção do Rovuma LNG (Gás Natural Liquefeito), aproveitando ao máximo da experiência de cada um dos parceiros da Área 4” afirmou Massimo Mantovani, Chief Gas and LNG marketing and Power Officer da da petrolífera italiana.
“A equipa de marketing do “Rovuma LNG” fez progressos significativos e está em negociações activas para os acordos de compra e venda com algumas entidades afiliadas aos parceiros da Área 4”, disse Peter Clarke, presidente do Gas and Power Marketing Company no evento mundial que juntou a nata da indústria do gás e petróleo, acrescentando que esses “compromissos vão ajudar-nos a progredir para a tomada da Decisão Final de Investimento, que esperamos que aconteça em 2019”, em alusão a exploração do campo Mamba.
Exxon Mobil será operador do campo Mamba
O @Verdade revelou em Maio último que esse jazigo de gás natural, onde foram identificados 50 triliões de pés cúbicos do hidrocarboneto, na realidade não é um único campo mas sim, uma porção de um campo unificado pertencente a dois blocos, da parte da Área 4 e tem o potencial de adicionais 75 triliões de pés cúbicos quando unificado ao reservatório denominado Prosperidade que está localicado na Área 1 da mesma bacia.
Em entrevista recente e exclusiva ao @Verdade o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos(ENH), Omar Mithá, esclareceu que: “A Exxon Mobil será operador em Midstream e Downstream apenas na Área 4, cujo objecto de desenvolvimento será campo Mamba, conforme disposto no Decreto de 2014 sobre Desenvolvimentos de Projectos da Bacia do Rovuma. Para a parte da Área 1 (Prosperidade), as actividades serão lideradas pala Anadarko, Operador do bloco, numa fase inicial”.
“Nesta fase, para o desenvolvimento dos campos unificados (Prosperidade-Mamba), as Operadoras (Exxon Mobil e Anadarko) das ambas áreas deverão desenvolver as actividades de forma coordenada, de modo a racionalizar recursos e optimização da exploração do gás, conforme as melhores práticas da indústria do petróleo e gás. Para as fases subsequentes, os parceiros das ambas áreas (Área 1 e Área 4) deverão designar o Operador Único, que responderá pelas ambas concessões, apenas para campo unificado”, explicou Mithá ao @Verdade.
Ainda de acordo com o PCA da ENH, “No âmbito da unificação dos campos, actualmente a Anadarko está a levar a cabo a implementação do plano de reassentamento, em representação dos concessionários das Áreas 1 e 4, não precisando desta forma, da Exxon Mobil fazer um outro reassentamento”.
Governo aguarda apresentação formal do Plano de Desenvolvimento do campo Mamba
No entanto, e apesar das acções positivas anunciadas na semana finda no Estados Unidos da América pelo Consórcio Mozambique Rovuma Venture S.p.A (MRV), que lidera a concessão do campo Mamba, o facto é que não há data prevista para a Decisão Final de Investimento de aproximadamente 27 biliões de dólares norte-americanos projectados para a primeira fase deste que será o terceiro projecto de produção de Gás Natural Liquefeito no nosso país, depois de Coral Sul na Área 4 e Golfinho & Atum na Área 1.
Carlos Zacarias, Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleos (INP), esclareceu ao @Verdade que o projecto Mamba: “está na sua fase de concessão, é necessário que os concessionários, portanto a ENI e os parceiros, apresentem formalmente o Plano de Desenvolvimento ao Governo e naturalmente o projecto vai ser avaliado, vai ser vista a sua viabilidade económica e naturalmente há-de chegar a Decisão Final de Investimento”.
“As informações que nós temos mostram que os parceiros estão a tentar fase tudo para que essa decisão seja tomada até finais do próximo ano”, perspectivou o PCA do órgão Regulador do sector em Moçambique.
O @Verdade questionou aos Consórcio Mozambique Rovuma Venture quando o Plano de Desenvolvimento do campo Mamba será formalmente apresentado ao Executivo de Filipe Nyusi. “A MRV, na qualidade de operadora da Área 4, está a trabalhar com Governo Moçambicano para aprovação do projecto Mamba durante os próximos meses, enquanto isso, decorrem paralelamente actividades de marketing, de comercialização e de financiamento”.
São investidores no projecto Mamba o Consórcio Mozambique Rovuma Venture S.p.A com 70 por cento - que é formado pela italiana Eni com 35,71 por cento, a norte-americana Exxon Mobil com participação de 35.71 por cento e a Chinese National Petroleum Corporation com 28,57 por cento -, os restantes 30 por cento são repartidos em quotas iguais pela portuguesa Galp, a sul-coreana Kogas e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos. Xxx
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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