Dezenas de milhares de pessoas saíram ontem à rua em 15 estados do Brasil para manifestarem apoio a Jair Bolsonaro, o candidato ultraconservador de direita às eleições presidenciais do próximo domingo.
As manifestações foram convocadas pelo movimento “Vem Pra Rua” e a organização espera que decorram em pelo menos 260 cidades do país. No Rio de Janeiro, cerca de dez mil pessoas marcharam ao longo da praia de Copacabana, envergando t-shirts da seleção nacional de futebol, empunhando bandeiras do Brasil e entoando: “Partido dos Trabalhadores Fora”.
O sucessor de Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil será escolhido na segunda volta das eleições, marcada para o próximo domingo. A escolha recai entre Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal – PSL), que venceu a primeira volta, a 07 de outubro, com 46,7% dos votos, e Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores — PT), que obteve 28,37% dos votos.
As manifestações de apoio a Bolsonaro decorrem um dia depois de centenas de simpatizantes de Fernando Haddad, na sua maioria mulheres, terem saído à rua, em cerca de 30 cidades, em protesto contra Bolsonaro, um nostálgico da ditadura militar (1964-1985) com um grande historial de declarações machistas, racistas e homofóbicas.
Ontem à tarde, algumas dezenas de pessoas concentraram-se na praça Luis de Camões, em Lisboa, numa manifestação “contra o ódio, pela democracia no Brasil”.
Este protesto foi o segundo na praça Luís de Camões durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais brasileiras.
Os organizadores leram vários textos contra “o ódio no Brasil” e os manifestantes muniram-se de vários cartazes onde se lia “democracia sempre, fascismo nunca mais”. “Hoje são vocês, amanhã somos nós” lia-se um cartaz com as cores de Portugal.
A vereadora brasileira Marielle Franco, ativista e defensora dos direitos humanos, morta há seis meses no Rio de Janeiro, foi uma das “vítimas” lembradas.
O crime causou uma forte comoção nacional, porque Marielle, de 38 anos, negra, lésbica, nascida num complexo de favelas violentas e militante de esquerda do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), se destacou por denunciar abusos policiais nas favelas e pela defesa dos direitos humanos.
De acordo com a sondagem mais recente, divulgada na quinta-feira, Bolsonaro reúne 59% das intenções de voto, contra 41% de Haddad.
Jair Bolsonaro, de 63 anos, é criticado por adotar ideais da extrema-direita e por já ter manifestado admiração pela ditadura militar que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
A candidatura de Jair Bolsonaro também desperta receio porque ao longo da carreira, e também da campanha eleitoral, o político fez declarações públicas consideradas machistas, racistas, homofóbicas e de apologia à violência.
Lusa
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