Já faz precisamente um ano após o assassinato covarde e bárbaro do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Mahumudo Amurane. Diga-se em abono da verdade que Amurane foi uma daquelas figuras que entrou na vida de milhares de nampulenses, e não só, com a mesma naturalidade dos parentes mais próximos.
Ao longo do seu curto mandato, Mahumudo Amurane transformou positivamente a vida da cidade de Nampula e dos seus munícipes. Fez de Nampula uma das melhores cidades de Moçambique para se viver, mas infelizmente teve um final trágico. Na verdade, pelo brioso trabalho, não se poderia esperar uma sorte diferente, pois é sabido que somos um país que continua a apostar na desgraça. Exemplo disso, assistimos impávidos e serenos a Frelimo a desgovernar o país desde a Independência Nacional. Assistimos a Frelimo a alterar os resultados das eleições autárquicas de forma vergonhosa.
Volvido um ano da morte de Amurane, um aspecto chama atenção: a justiça precária que se tornou uma marca registada do país. É deveras evidente a justiça desactualizada e falhada que impera no país. Para lançar areia nos olhos dos moçambicanos, o Serviço de Investigação Criminal ao longo da semana constituiu 10 arguidos, entre eles membros seniores do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no âmbito das investigações sobre o assassinato do eterno edil de Nampula.
De certeza nada de novo foi apresentado, ou seja, nada que relance a esperança dos nampulenses em ver os culpados por esse bárbaro acto a serem exemplarmente punidos. Apenas viu-se mais uma peça de teatro habilmente encenada para os moçambicanos acreditarem que existe vontade política e judicial para se chegar aos autores e puni-los pelo crime que chocou os moçambicanos em pleno dia da paz.
Supostamente após concluir todas as diligências, o Serviço Nacional de Investigação Criminal remeteu à Procuradoria Provincial de Nampula o processo relativo ao assassinato do antigo edil de autarquia de Nampula. Segundo àquele organismo atrelado a Polícia da República de Moçambique, as conclusões remetem a desentendimentos intrapartidários. Não é preciso ser perito na matéria para chegar a essa estapafúrdia conclusão. Aliás, é de conhecimento de todos que existia algum desentendimento intrapartidário, até porque várias vezes Amurane veio a público denunciar esse facto. Portanto, o que se pode depreender de toda essa situação é que a justiça moçambicana é propositadamente falhada e desactualizada.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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