Freiras acusam ainda o padre Rodrigo Maria de lhes rapar a cabeça e instituir dieta de pão e água. As queixas começaram em 2016, tendo, desde então, o padre mudado de paróquia várias vezes.
Correio de Carajás |
Por ordem do papa Francisco, o padre brasileiro Rodrigo Maria, de 45 anos, perdeu na última quarta-feira o estado clerical, a punição mais pesada que a Igreja Católica pode impor a um sacerdote.
Em causa, acusações de abuso sexual a 11 mulheres, todas freiras com idade superior a 18 anos, dadas como provadas por uma investigação coordenada pela igreja.
As queixas, que começaram em 2006 e obrigaram Rodrigo Maria a migrar de diocese em diocese até encontrar nos últimos tempos abrigo apenas na cidade paraguaia de Ciudad del Este, relatavam estupros e masturbações por vídeo.
O jornal Folha de S. Paulo ouviu relatos de uma delas, sob anonimato, a propósito de um episódio de 2014 em que durante conversa via aplicativo Skype o padre baixou a roupa e masturbou-se. Ela tirou uma cópia da conversa, que foi anexada aos autos da investigação do Vaticano.
Outros processos contra o ex-padre Rodrigo Maria correm na justiça comum.
O acusado, sempre que confrontado, negou as acusações e atribuiu-as a uma vingança por ser demasiado conservador. De facto, as freiras acusavam-no de rapar-lhes a cabeça e instituir dieta de pão e água à mínima falta.
O conservadorismo de Rodrigo Maria notava-se também na política, já que era declarado apoiante do hoje presidente Jair Bolsonaro. Pelas redes sociais, chegou a pedir para ser rezada uma avé Maria pelo fim do comunismo durante a campanha eleitoral.
João Almeida Moreira
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