A
agenda cultural do concelho de Cantanhede propõe para o próximo fim
de semana mais três espetáculos no âmbito do 21.º Ciclo de Teatro
Amador organizado pela Câmara Municipal com a participação de 17
grupos cénicos.
No
sábado, pelas 21h30, o Grupo de Teatro S. Pedro, inaugura a sua
participação no certame deste ano com a representação de “O
Pátio das Cantigas”. No palco do Centro Paroquial de S. Pedro, em
Cantanhede vai estar em cena uma adaptação de Dulce Sancho e Sónia
Silva do filme de António Lopes Ribeiro que ajudou a celebrizar
atores como Vasco Santana, António Silva e Ribeirinho, entre outros.
A ação desenrola-se por altura dos Santos Populares num tradicional
um pátio de Lisboa, onde confluem as rotinas, os encontros e os
conflitos de uma comunidade de gente simples e trabalhadora.
Sábado
é também dia de estreia para o Grupo de Teatro Amador da União
Recreativa de Cadima, que apresenta no palco do salão da Junta de
Freguesia, às 21h30, duas comédias de Anton Tchekhov: “O Urso”
é uma trama amorosa que envolve uma viúva e o seu criado, a partir
da qual se expõem os valores de uma sociedade de moral rígida e
repressiva num registo de comédia de costumes; “Um Pedido de
Casamento” é uma farsa em que o poder, estatuto social, dinheiro e
vaidade geram uma série de mal-entendidos quando Ivan decide pedir a
mão de Natalia, sua vizinha, filha do Coronel Tchubukov.
Ainda
no sábado, igualmente às 21h30, o Grupo de Teatro “As Fontes do
Zambujal” da Associação Juvenil do Zambujal e Fornos representa
no Centro Cultural de Portunhos, tendo por anfitrião Bombarda –
Companhia de Teatro, “As Marias de Portugal”, um drama de Pedro
Bandeira e Luís Zamarra que propõe uma reflexão sobre o assédio.
Maria do Sol via-se assediada por vários homens e as alcoviteiras da
terra procuravam denegri-la com infâmias e difamações, mas nunca
quebrou o seu voto de fidelidade ao marido. Trata-se de uma peça que
enaltece a virtude das mulheres com base numa personagem que luta
contra a adversidade para ver reconhecida a sua inocência.
No
domingo, dia 24 de fevereiro, às 16h00, é a vez de o Novo Rumo –
Teatro de Amadores de Ançã cumprir a sua jornada de itinerância no
salão da ACDC – Associação Cultural e Desportiva do Casal, na
freguesia de Cadima, onde apresentará “O Santo e a Porca”, uma
divertida comédia de Ariano Suassuna. O enredo desenrola-se em torno
da personagem de um velho avarento, devoto de Santo António, que
guarda as economias de toda a vida numa porca-mealheiro. Ao receber
uma carta de um tal Eduardo Vicente, a dizer que este iria privá-lo
de seu mais precioso tesouro, Óscarzão, o avarento, fica muito
apreensivo com a possibilidade de perder o dinheiro da sua querida
porca. A arguta Felisberta, empregada da casa, percebe que o tesouro
em causa é Margarida, a filha de Óscar, com quem o autor da carta
pretende casar-se. Segue-se um conjunto de peripécias e equívocos
bem hilariantes em que a avareza de um e as falsas intenções de
outro remetem para a relação do ser humano com o mundo físico
representado pela porca e o espiritual representado por Santo
António.
Sobre o Grupo de Teatro S. Pedro -
Cantanhede
O Grupo nasceu em 2006, por ocasião da
inauguração do Centro Paroquial São Pedro de Cantanhede. A base
inicial do grupo foram elementos do coro litúrgico, gente que
gostava de cantar pois, desde logo, o teatro musical foi o género
seguido. A estes juntaram-se alguns elementos mais novos, consoante
as necessidades de personagens e dando resposta a quem queria
participar do nosso projeto de teatro e do seu grande objetivo que
era, tão somente, colaborar na angariação de verbas para equipar o
Centro Paroquial. Este objetivo, absolutamente solidário, continua
ainda hoje, pois é um espaço com imensas despesas às quais é
preciso dar resposta. O Grupo de Teatro São Pedro é, em si mesmo,
um Grupo solidário.
Desde 2006, participa sempre no Ciclo de
Teatro Amador promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede, mas
também já levou as suas representações fora do Ciclo a
localidades como Miranda do Corvo, Coimbra, Pombal e Mira entre
outras. Já lá vão doze anos, doze espetáculos inéditos, que
versaram temas muito diferentes, desde o elogio do nosso povo
simples, à emigração, à dependência de drogas, passando pelo
elogio da nossa cidade lembrando e honrando o seu passado. Também
levaram a cena temas de caráter religioso, trazendo para teatro
cenas da vida de Jesus Cristo, que cruzavam com temas da atualidade e
também, por ocasião do centenário das aparições de Fátima,
recriaram as referidas aparições e todo o contexto económico e
social da altura.
O elenco é constituído por mais de 20
pessoas que, quando estão, tudo fazem para transformar a ficção em
realidade.
Sobre
o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima
O
Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima (URC) nasceu
por iniciativa da direção da URC, no ano 2000. Na sequência da
informação recebida por esta associação da realização do II
Ciclo de Teatro, promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede, a
direção decidiu contactar e convidar algumas pessoas com anterior
experiência de palco, em Cadima. É dessa forma que o Grupo de
Teatro renasce já que, até meados da década de 1980, se ia fazendo
algum teatro na coletividade.
Habitualmente,
o grupo não recorre a textos próprios. Farsas são o tipo de peça
que mais agrada levar à cena. Contudo, e em virtude das dificuldades
em encontrar peças deste cariz, cujo conteúdo agrade aos elementos
do grupo, tem levado à cena vários dramas, mas também pequenas
comédias. É essencial, qualquer que seja o estilo de peça levada à
cena, que o texto transmita uma mensagem.
Em
2008, pela dificuldade já mencionada em encontrar peças, o grupo
decidiu não integrar o Ciclo de Teatro Amador do Concelho de
Cantanhede, mas não deixou de receber um dos grupos que estava nele
inserido. No mesmo ano, e para não parar a atividade, realizou uma
“soirée” com declamação e teatralização de vários textos em
prosa e poesia.
Para
além das atuações no Ciclo de Teatro, o grupo tem aceitado
convites para apresentar o seu trabalho por parte de coletividades do
Concelho e fora deste, designadamente Cordinhã, Caniceira e Canelas,
em Vila Nova de Gaia, com as quais tem partilhado enriquecedoras
experiências, contributos relevantes para a própria dinâmica que o
grupo tem assumido.
No
ano 2006, um grupo de teatro da Escola Pedro Teixeira acompanhou o
grupo nas suas atuações com uma peça da sua autoria.
Sobre
o Grupo de Teatro “As Fontes do Zambujal”
O
Grupo de Teatro “As Fontes do Zambujal” foi constituído em 1996
e é composto atualmente por cerca de 20 elementos, maioritariamente
das localidades de Zambujal e Fornos. A sua designação é uma
referência às quatro fontes de origem romana que existiram no
Zambujal, designadamente Fonte de Rodelos, Fonte Má, Fonte Perto e
Fonte Seca.
As
raízes desta formação teatral podem ser encontradas em 1954, mais
precisamente em 27 de maio, data em que foi fundado um agrupamento
com o nome “Viva O. R. Zal” (Viva o Rancho do Zambujal). A
iniciativa partiu de alguns indivíduos da comunidade que pretendiam
desenvolver atividades de lazer para preencher os seus tempos livres,
assim como manter vivas a tradição e a autenticidade dos trajes
danças e cantares do Zambujal.
Depois
de uma interrupção de alguns anos, o Grupo retomou o seu
funcionamento em 1992, sob a nova designação de Grupo Folclórico
“Os Malmequeres do Zambujal”. Em julho de 1995, passou a integrar
a Associação Juvenil do Zambujal e Fornos, mais precisamente a sua
secção de folclore, e em 1996 filiou-se no INATEL.
É
nessa mesma altura que surge o Grupo de Teatro “As Fontes do
Zambujal” que inicia um trabalho de produção teatral regular
apresentando uma a duas peças anualmente, por altura da quadra
natalícia e participando no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede,
desde a sua primeira edição.
Em
1998, faz a sua primeira apresentação fora da terra, mais
precisamente nas Franciscas, no âmbito do I Ciclo de Teatro Amador
de Cantanhede, com as peças “Falar Verdade a Mentir” e “O
Senhor”. No ano seguinte faz um périplo por várias localidades do
Concelho de Cantanhede com as produções “O Céu da Minha Rua” e
“Terra Firme”.
Sobre
o Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã
O
Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã é um grupo que
nasceu da vontade de muitos amantes desta arte cénica, no ano de
1983, a 28 de março. Após um início conturbado, este grupo entrou
numa fase de paragem e reflexão.
Em
março de 2002, por convite da Junta de Freguesia de Ançã, na
pessoa do então Presidente da Junta de Freguesia Dr. Pedro Cardoso,
foram convidados todos quantos já haviam participado no referido
grupo, no sentido de fazer reiniciar a sua atividade.
Retomada
a atividade regular, o grupo tem vindo a participar ativamente no
Ciclo de Teatro do Concelho de Cantanhede e esporadicamente no Ciclo
de Primavera do INATEL, registando enorme acolhimento junto do
público que o tem recebido.
O
Novo Rumo, apesar de muitos anos de existência, começou do zero.
Não existiam peças pertencentes ao grupo, não existia qualquer
tipo de material cénico (roupas ou qualquer outro tipo de adereços),
não tem um espaço próprio, com disponibilidade e condições de
trabalho para ensaios e apresentações e os fundos são parcos.
Apenas existe muito boa vontade, esforço, entusiasmo e paixão de
todos os elementos que compõem o grupo.
Porém,
porque sempre foi convicção deste grupo que, criando melhores
condições de trabalho e apresentação de peças, este entusiasmo
poderia ser ainda maior, dinamizando o público mais jovem para este
tipo de arte, foi crescendo e adquirindo equipamento que permitisse
melhorar cada vez mais o produto final a apresentar ao público.
Neste
momento, dispõe de equipamento de som e luz, vocacionado para este
trabalho e de excelente qualidade, adquirido com esforço dos
elementos, ajuda dos sócios e a comparticipação da Junta de
Freguesia e da Câmara Municipal.
Desde
o reinício do Grupo foram já levadas a cena as seguintes peças:
Hora de partir, drama; O Gato, comédia; O meu Amor é traiçoeiro,
drama; Os trinta botões, comédia; O amor, comédia; Aqui há
fantasmas, comédia; O céu da minha rua, farsa; Sonho de uma noite
de verão, comédia.
O
Grupo de Teatro “Novo Rumo”, num processo de evolução natural,
sentiu necessidade de divulgar as artes cénicas e o gosto por esta
forma de arte milenar junto de um público mais infantil, por
considerar ser este um desafio que apesar de exigente, poderia dar
muitos frutos. Por isso, desde 2006 tem vindo a apresentar peças
infantis, que pelo seu sucesso os motiva a fazer mais e melhor! Tem
envolvido cerca de 10 crianças por peça e tem sido apresentada
localmente, em algumas localidades, escolas do concelho e Hospital
Pediátrico de Coimbra, com enorme sucesso. Peças Infantis já
apresentadas: Ursinho Guloso – 2007; D. Tão Parlapatão – 2008;
Biscoitos de Natal – 2008.
Após um período de interregno, em outubro
de 2013, o Grupo de Teatro “Novo Rumo” retomou as suas atividades
e participou na 16.ª edição do Ciclo de Teatro Amador, organizado
pela Câmara Municipal de Cantanhede, com a peça “Uma Bomba
Chamada Etelvina”, uma comédia escrita por Henrique Santana e
Ribeirinho.
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