A Direção-Geral do Património Cultural anunciou a intenção de propor a classificação como monumento nacional do Seminário Maior de Coimbra, processo que está em consulta pública e cuja proposta foi publicada em Diário da República.
No texto do anúncio, assinado por Paula Araújo da Silva, Diretora-Geral do Património Cultural, lê-se que o projeto de decisão relativo à classificação como monumento nacional do Seminário Maior de Coimbra, “incluindo os três edifícios, os jardins e os muros envolvente”, localizado na rua Vandelli, junto ao Jardim Botânico, está fundamentado num parecer da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, datado de 16 de Janeiro.
“É intenção da Direção-Geral do Património Cultural propor a Sua Excelência a Secretária de Estado da Cultura a classificação como monumento nacional (MN) do Seminário Maior de Coimbra”, acrescenta o texto do anúncio publicado.
Adianta que os elementos relevantes do processo de classificação – fundamentação, despacho, planta com a delimitação dos imóveis e da respetiva zona geral de proteção – estão disponíveis para consulta nas páginas eletrónicas da Direção-Geral do Património Cultural, Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e Câmara Municipal de Coimbra, e que a consulta pública tem a duração de 30 dias úteis.
O processo administrativo original encontra-se igualmente disponível para consulta “mediante marcação prévia” nas instalações da DRCC, entidade a quem deverão ser dirigidas as observações dos interessados e que sobre elas se pronunciará num prazo de 15 dias úteis, refere.
O município de Coimbra possui 20 monumentos nacionais, entre os quais o Aqueduto de São Sebastião, popularmente conhecido como Arcos do Jardim, os mosteiros de Celas, Santa Cruz, Santa Clara-a-Nova e Santa Clara-a-Velha, as igrejas da Sé Nova e Sé Velha, o Museu Nacional de Machado de Castro ou o conjunto arquitetónico histórico e cultural da Universidade, Alta e Sofia, classificado património mundial da UNESCO em 2013.
O Seminário Maior de Coimbra, um edificado com cerca de 250 anos, deixou a função original de formação de padres em 2012, sofreu obras de adaptação para passar a receber visitantes e abriu ao público no verão de 2017.
Em junho de 2018, o reitor da instituição, no balanço de um ano de abertura aos visitantes, anunciava que o Seminário Maior de Coimbra iria passar a disponibilizar pernoitas aos interessados, para uma experiência “contemplativa e de autodescoberta”.
“Este projeto é para o visitante que procura três ‘S’: Simplicidade, Silêncio e Sagrado. É para as pessoas que procuram uma experiência diferente, que procuram um sentido para a sua vida”, afirmou, na altura, o reitor Nuno Santos.
Sobre a abertura daquele património de 250 anos “que estava fechado aos olhos do público” – e recebeu, no primeiro ano, cerca de 2.800 visitantes, quase 90% pagantes – considerou que foi “um desafio ganho”.
“Quem nos visita, diz que não imaginava que existisse tanta beleza neste espaço”, explicou o padre Nuno Santos.
Também na altura, Pedro Machado, do Turismo do Centro, abordou a “singularidade” do espaço do Seminário Maior, considerando-o um “belíssimo exemplo de como se pode tornar o espólio religioso visitável” e argumentando que a abertura ao público “contribuiu em muito para o aumento da oferta turística da cidade e da região, nas vertentes de turismo religioso e cultural”.
Lusa
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