Embora os 1,6 milhões de empregos surgidos desde 2015 não passem de propaganda, alguns milhares de postos de trabalho foram efectivamente criados durante o 1º mandato de Filipe Nyusi. Porém, ainda antes de ser confirmada a sua mais do que provável reeleição, duas multinacionais da indústria mineira anunciaram que vão cortar centenas de postos de trabalho em Moçambique.
A companhia mineira australiana Syrah Resources esperou a votação acontecer no passado dia 15 de Outubro para anunciar que tenciona reduzir quase um terço dos 650 trabalhadores que emprega na mina de grafite que explora no Distrito de Balama, na Província de Cabo Delgado.
Com pouco mais 1 ano de operação, foi inaugurada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Abril do ano passado, a Syrah Resources tornou público que vai realizar uma revisão operacional, reduzindo significativa a produção já no último trimestre de 2019 e em 2020, com o objectivo de economizar 22 milhões de dólares ao longo de um ano em Balama.
“À luz das profundas mudanças estruturais que estão a ocorrer actualmente no mercado de grafite, a Syrah tomou medidas claras e disciplinadas para reduzir temporariamente os volumes de produção e permitir reequilíbrio do mercado” explicou em comunicado de imprensa o director geral da Syrah, Shaun Verner.
Além do corte de empregos a empresa passará por uma reestruturação corporativa para economizar 1,5 milhão de dólares, principalmente por meio da “redução no número da direcção executiva”.
Outra mineradora que também deverá despedir funcionários em Moçambique é a Vale, que explora carvão mineral em Moatize, gere o Corredor Logístico Integrado de Nacala é ainda opera um Porto em Nacala-à-Velha.
A multinacional de origem brasileira anunciou na semana passada, de acordo com o Jornal Zitamar, a “reavaliação” da sua estratégia de produção de carvão mineral no nosso país com a sua produção trimestral a registar novo declínio, principalmente do carvão mineral com alto valor comercial.
O mais recente Relatório de Execução Orçamental do Governo revela que a contribuição da indústria da indústria extrativa para os cofres públicos está a reduzir, no 1º semestre de 2019 rendeu 1,8 bilião de Meticais, uma redução de 14,8 por cento comparativamente aos 2,1 biliões gerados em igual período de 2018.
Estes anúncios mostram a realidade do tipo de economia criada no nosso país onde o mercado de emprego no sector privado não depende da vontade dos políticos pois contrariam as expectativas criadas pelo Presidente Nyusi que no acto da inauguração da mina em Cabo Delgado prometeu que “os mais de 650 trabalhadores agora em exercício, 90% dos quais jovens moçambicanos, podendo ascender a 1000 que poderão adquirir o emprego na fase de plena produção, farão deste empreendimento o seu posto de colheita de rendas. O país sai a ganhar e a qualidade de vida vai melhorar”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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