quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Moçambique | União Europeia combate desnutrição crónica em Moçambique gastando dinheiro em debates e publicidade

Foto de Adérito Caldeira
Enquanto milhões de crianças moçambicanas sofrem de desnutrição crónica, e agora existem milhares a padecer de pelagra, a União Europeia (UE) gasta dinheiro em debates e publicidade para que influenciar o Governo de Filipe Nyusi a materializar a “fome zero”.

Desde Dezembro de 2017 a União Europeia apoia financeiramente, em montantes que não foram revelados, uma Plataforma da Sociedade Civil moçambicana que integra o Movimento Scaling Up Nutrition e tem realizado acções de advocacia, através de debates e publicidade, para influenciar os políticos do partido Frelimo a investirem mais no combate à desnutrição crónica.

“Notou-se que a campanha não teve o impacto desejado provavelmente por causa dos meios que foram usados, os spots publicitários principalmente” admitiu a jornalistas nesta quarta-feira (29) a assistente técnica Plataforma da Sociedade Civil, Lígia Mutemba.

A redução da desnutrição de 44 para 35 por cento foi mais uma das metas não cumpridas pelo Presidente Filipe Nyusi durante o seu primeiro mandato, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância 43 por cento das crianças moçambicanas tem desnutrição crónica, 8 por cento padece de desnutrição aguda e milhares passaram a sofrer de pelagra, doença causada pela deficiência nutricional.

Lígia Mutemba anunciou que agora a Plataforma da Sociedade Civil vai iniciar uma nova campanha, “vamos usar os resultados dos debates que já aconteceram (...) foi criado o website da Plataforma onde já estão disponíveis os vídeos. A nossa mensagem é implementar-se mais acções de nutrição e mais orçamento para as acções de nutrição (...) Infelizmente apenas 0,013 do Orçamento do Estado é alocado as acções do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica, muito aquém do desejado, o Banco Mundial recomenda que devia-se investir pelo menos 10 dólares por criança por ano”.

Sara Piccoli, da representação da UE em Moçambique, revelou que “a União Europeia está a trabalhar em Moçambique no domínio da segurança alimentar e nutricional há muitos anos, como prova desse compromisso tem um novo programa, denominado PROMOVE, que está a mobilizar mais de 340 milhões de euros para apoiar o desenvolvimento rural nas províncias da Zambézia e Nampula com intervenções em diferentes sectores chave: nutrição, transporte, agricultura, agro-negócio, energia, biodiversidade e comércio”.

Poderão ser os primeiros milhões de ajuda externa a entrarem no novo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a abordagem da União Europeia enquadra-se no Projecto Sustenta, onde Celso Correia tem a missão impossível de alcançar a “fome zero” em cinco anos!

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