O hospital de campanha de Ovar para doentes com covid-19 entra em funcionamento esta segunda-feira, anunciou hoje a direção do Hospital Francisco Zagalo, que, nesse concelho do distrito de Aveiro, coordenará a atividade da unidade de saúde temporária.
Enquanto extensão do Hospital de Ovar, cuja capacidade de internamento é atualmente de 21 camas para infetados pelo novo coronavírus que não exijam cuidados intensivos, a nova estrutura de campanha terá capacidade para acolher mais 38 doentes no espaço preparado para o efeito na Arena Dolce Vita, antes reservada para eventos desportivos e concertos.
A direção de ambas as unidades nota que esse "é o primeiro hospital de campanha do país totalmente equipado para receber doentes infetados pela covid-19", dispondo de camas normais e articuladas, e de monitores para leitura de sinais vitais e eletrocardiogramas, entre outros recursos já antes referidos à Lusa pela autarquia local.
Enquanto presidente do conselho diretivo do Hospital Francisco Zagalo, Luís Miguel Ferreira acumulará assim a coordenação técnica e operacional do módulo de campanha designado "Anjo d'Ovar" e considerou que "criar esta estrutura num espaço como este [pavilhão desportivo] foi um exercício muito exigente e desafiante".
A estrutura foi montada pela Câmara Municipal com o apoio de diversas entidades locais ligadas à Proteção Civil, o envolvimento inicial do Instituto Nacional de Emergência Médica e o apoio técnico do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga e da Administração Regional de Saúde do Centro.
"Trabalharam afincadamente para a concretização desta iniciativa imensas pessoas e instituições, inúmeros profissionais movidos por um objetivo: tratar doentes e salvar vidas", referiu Luís Miguel Ferreira.
Caso se revele necessário, o hospital de campanha poderá adaptar-se a uma lotação limite de 64 camas - é esse o número hoje referido pelo diretor do Francisco Zagalo, apesar de a Câmara ter antes anunciado uma capacidade de 100 doentes - e manterá condições para assegurar o "máximo conforto aos doentes" e também "todas as condições de segurança e de trabalho para os profissionais".
Entre esses incluem-se, entre outros, médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, funcionários administrativos, técnicos de raio-X e psicólogos.
"O módulo [de campanha] não difere em nada de uma enfermaria do nosso hospital. É um espaço digno e bem apetrechado, que vem reforçar a capacidade de resposta no combate ao surto", garante Luís Miguel Ferreira.
No sábado à tarde, a Câmara Municipal de Ovar indicava que nesse concelho de 55.400 habitantes contavam-se 548 casos de infeção por covid-19, assim como 19 óbitos, nove recuperações com dois testes negativos sucessivos e 12 outras curas então com apenas um.
Os números oficiais da Direção-Geral de Saúde continuavam, ao início de hoje, a indicar apenas 403 cidadãos contaminados nesse território.
Lusa
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