Ossufo Momade manifestou nesta segunda-feira (27) o apoio do maior partido da oposição à prorrogação do Estado de Emergência em Moçambique, contudo demandou a revogação da “proibição da actividade do sector informal”, a redução do IVA e também a criação de “incentivos financeiros e morais para os funcionários expostos ao risco de contaminação”. Furtando-se às perguntas dos jornalistas o líder do partido Renamo denunciou novos sequestros e assassinatos alegadamente protagonizados por esquadrões da morte do Governo.
Numa Declaração onde se furou às perguntas dos jornalistas se vai usufruir das regalias de líder dos partido de oposição Momade começou por denunciar o aproveitamento político do Estado de Emergência pelo partido. “Não concordamos que se aproveite um momento de dor e tão dificil, para fazer propaganda político-partidária forçada, envolvendo multidões, numa clara violação às medidas impostas pelo Estado de Emergência, como aconteceu recentemente, num dos mercados da cidade de Nampula, envolvendo membros do partido no poder”.
“Para além do tormento causado por esta pandemia, estamos preocupados com o resurgimento dos esquadrões da morte que continuam a semear luto e dor no seio das populações”, afirmou o líder da Renamo que revelou o sequestro e assassinato de membros do partido Renamo: “No dia 23 de Abril corrente, cerca das 21 horas, Alberto Cussara Massica, membro do Conselho Provincial da Renamo e sua esposa, Dora Wilson, delegada Politica da Localidade de Mapaia, Posto Administrativo de Sussundenga, quando saiam do seu estabelecimento comercial foram intercetados por um grupo de homens que se faziam transportar numa viatura de marca Toyota Land Cruzer, tendo de seguida os sequestrado e assassinado”.
“Na Província de Sofala, há relatos segundo as quais, em Chibabava, as Forças de Defesa e Segurança queimam casas das populações e são encontrados corpos sem vida nas matas. Igualmente, no distrito de Nhamatanha há desaparecimento misterioso de pessoas que nunca voltam ao convivio familiar. No distrito de Gorondosa regista-se também desaparecimento de pessoas e o Comando Distrital da PRM tem na sua posse uma suposta lista de membros da Renamo que são hostilizados como forma de obrigá-los a filiar-se ao Partido Frelimo”, denunciou.
O presidente do partido Renamo declarou que o silencio o Presidente Filipe Nyusi confirma “que não tem poder nem voz no seio das Forças de Defesa e Segurança” e ainda “está a pôr em causa os Acordos que assinamos nos dias 1 e 6 de Agosto de 2019 que preconizam reconciliação nacional e paz”.
Relativamente ao Estado de Emergência para prevenir a propagação do novo coronavírus em Moçambique o líder do maior partido da oposição disse concordar com a sua prorrogação contudo revogando “a medida de proibição da actividade do sector informal e neste aspecto, defendemos que devem ser adoptadas medidas de distanciamento social, como estão fazendo alguns países africanos e do sudeste asiático, mas nunca impedir os humildes moçambicanos de ganhar o seu pão que depende de um magro rendimento que é conquistado numa base diária”.
Momade sugeriu ainda a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a suspensão “do pagamento de taxas das portagens enquanto durar o período de restrições e do Estado de Emergência” e, dentre várias medidas mobilizar “todos os meios circulantes ociosos, como viaturas, instrumentos e equipamentos de comunicação de massas, megafones e outros, que se encontram no Instituto de Comunicação Social, Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e outras instituições equiparadas, para sensibilizar a população sobre as medidas de prevenção e, outrossim, sobre como manter os rendimentos familiares num ambiente em momento de crise”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
Nenhum comentário:
Postar um comentário