terça-feira, 28 de abril de 2020

Tocilizumab. Medicamento para a artrite reumatóide pode evitar “tempestade inflamatória” da Covid-19

Medicamento da esperanza en casos críticos | Listín Diario
Tratamento reduziu significativamente a proporção de pacientes transferidos para reanimação ou que morreram.
O medicamento imunomodelador tocilizumab mostrou eficácia na prevenção da "tempestade inflamatória" nos doentes com Covid-19 em estado grave, segundo um estudo francês ainda não publicado e cujos primeiros resultados foram divulgados esta segunda-feira.
Este tratamento reduziu significativamente a proporção de pacientes transferidos para reanimação ou que morreram, em relação a um tratamento comum, indicou a Assistência Pública do Hospital de Paris (AP-HP).
Trata-se do "primeiro ensaio comparativo por sorteio" que "demonstrou um benefício clínico" deste tratamento em doentes com Covid-19 a sofrerem de uma infeção grave, sublinharam os responsáveis durante uma conferência de imprensa telefónica.
Estes resultados devem ser ainda "consolidados" antes de serem publicados numa revista científica, dentro de algumas semanas.
Mas a AP-HP explicou ter decidido torná-los públicos agora "por razões de saúde pública", face ao contexto da crise pandémica, e comunicou-os às autoridades de saúde francesas e à Organização Mundial da Saúde (OMS).
O tocilizumab (Actemra ou RoActemra), do laboratóire Roche, pertence à família dos anticorpos monoclonaux, criados em laboratório a partir de uma única cepa de linfócitos e projetados para atingir um alvo específico.
Usados habitualmente no tratamento da artrite reumatóide, funcionam bloqueando o recetor de uma proteína do sistema imunitário que desempenha um papel importante no processo inflamatório.
Certos pacientes atingidos pelo novo coronavírus sofrem um brusco agravamento do seu estado ao fim de vários dias, devido a uma perturbação respiratória aguda, um fenómeno provavelmente ligado a uma reação imunitária excessiva do organismo.
Foram incluídas no estudo 129 pessoas hospitalizadas em 13 hospitais: doentes com Covid-19 que sofriam de uma pneumonia de "severidade média a grave" e que precisavam de respiração assistida com oxigénio.
Este perfil corresponde a "apenas a 5% a 10% dos doentes infetados" pelo novo coronavírus, mas fazem parte dos que correm maior risco de se manterem com respiração artificial ou de morrerem, sublinhou Xavier Marriette, co-investigador cordenador do estudo, durante a conferência telefónica.
Metade dos participantes recebeu uma ou duas injeções de tocilizumab além do tratamento padrão (oxigénio, antibióticos e anticoagulantes), enquanto a outra metade recebeu unicamente os remédios comuns.
Lusa

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