Presidente executivo da EDP argumenta que, tendo em conta a descida do preço do petróleo e o aumento do peso das renováveis, "os dois elementos contribuirão de certeza para uma descida do preço da energia a prazo".
O presidente executivo da EDP, António Mexia, admitiu esta segunda-feira uma descida do preço da eletricidade, “de forma sustentada”, tendo em conta a descida do preço do petróleo e o aumento do peso das renováveis.
O gestor, que falou depois de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indicou que “o preço da energia é ditado no mercado em concorrência” e que a elétrica fará o que for necessário “para ser competitiva”. “Estruturalmente havia já um impacto positivo das renováveis e temos esta descida histórica do petróleo. Os dois elementos contribuirão de certeza para uma descida do preço da energia a prazo de uma forma sustentada”, assegurou.
Mexia adiantou que a audiência com o Presidente da República serviu para falar do “passado recente” e do que foi feito no setor para combater o impacto da pandemia da Covid-19, mas sobretudo sobre “a oportunidade única que Portugal tem para repensar o futuro”. “Ainda na semana passada dissemos que mantínhamos o investimento, as contratações e compromissos com a cadeia de valor”, recordou Mexia.
Quanto ao ataque informático à EDP, Mexia “garantiu o funcionamento do sistema elétrico sem descurar a proteção a 100%” e assegurou que “não houve acesso a dados privilegiados e o que existe são informações muito genéricas” e que não afetam os clientes. O presidente da EDP assegurou ainda que nunca foi recebido um pedido de resgate “formal” e que nunca foi pago “nem seria” qualquer valor.
Questionado sobre as medidas que têm sido implementadas, Mexia disse que “Portugal reagiu bem”, mas que é essencial que a liquidez chegue rapidamente “aos sítios certos”.
No dia 16 de abril, o presidente da EDP lembrou que – na mesma linha de compromisso com todos os atores do seu negócio – a empresa antecipou o pagamento a fornecedores, sobretudo pequenas e médias empresas, antecipou o subsídio de férias aos trabalhadores e permitiu a flexibilização do pagamento aos seus clientes afetados pela pandemia covid-19.
A EDP mantém ainda o plano de contratação de 700 trabalhadores em 2020, dos quais metade em Portugal, e o plano de investimentos de 9.000 milhões de euros até 2022.
Os acionistas da EDP aprovaram nesse dia a proposta do Conselho de Administração de distribuição de 694,74 milhões de euros em dividendos relativos a 2019, ano em que a elétrica teve lucros consolidados de 512 milhões de euros.
Lusa
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