O Hospital de Santarém recebeu quatro pessoas infetadas com covid-19 provenientes do Hospital Amadora-Sintra, que tem evidenciado "falta de capacidade" para admitir novos doentes, revelou hoje à agência Lusa o diretor clínico da unidade hospitalar ribatejana.
“Até ao momento, foram solicitados oito internamentos, mas só enviaram quatro doentes”, disse Paulo Sintra, adiantando que há “falta de capacidade do Hospital Amadora-Sintra”.
Em resposta enviada à Lusa, o diretor clínico do Hospital de Santarém esclareceu que os doentes enviados foram escolhidos pelo Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), sem riscos esperados.
“Foram enviados doentes com 83, 97 anos, e outro vindo da Guiné para tratamento específico com comorbilidades”, apontou, adiantando que “um dos doentes com 83 anos, que à chegada era covid negativo e estava assintomático, após dois dias de internamento no HDS [Hspital de Santarém], já não é recebido no HFF [Hospital Amadora-Sintra], alegando uma das responsáveis da urgência que, após transferência do doente, este passou a ser exclusivamente da responsabilidade do HDS [Hospital de Santarém].
Com dois testes negativos realizados, o doente irá ter alta, pois reúne os critérios clínicos e terá sempre de continuar a recorrer ao seu hospital de referência para eventual ‘follow-up’ (acompanhamento, em tradução livre), segundo Paulo Sintra.
De acordo com o diretor clínico, é primeira vez que o Hospital de Santarém recebe doentes de outros hospitais, durante o período de covid-19, reiterando que “o problema tem sido devolvê-los assim que têm alta clínica”.
A agência Lusa tentou contactar o Hospital Amadora-Sintra, mas sem sucesso.
Paulo Sintra alertou ainda que não concorda com internamentos de idosos de lar, apenas pelo facto de terem sido testados com covid-19 positivo.
“Ter um idoso num hospital tem riscos acrescidos e só devem estar internados se estiverem doentes e necessitarem de cuidados hospitalares”, considerou.
O diretor clínico lembrou também que o hospital ribatejano está disponível para ajudar todos os hospitais, mas sem perder o foco no tratamento dos seus doentes.
“Temos mantido uma gestão rigorosa dos nossos recursos [instalações, consumíveis, testes e recursos humanos] o que faz com que tenhamos a elasticidade necessária para continuar a tratar os nossos e mais alguns doentes de outras áreas geográficas”, disse.
Lusa
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