A Comissão Municipal de Proteção Civil de Cantanhede reuniu, ontem, 7 de outubro, para fazer um ponto da situação relativamente evolução epidemiológica da Covid-19 no concelho e ponderar o alcance das medidas já adotadas para reforçar a prevenção dos face à segunda vaga da pandemia, conforme os especialistas têm vindo a antecipar e que os últimos dados a nível mundial tendem a confirmar.
Na abertura da sessão de trabalho, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, reiterou o compromisso do executivo camarário em “acentuar ainda mais o combate à pandemia, acautelando especialmente as situações que podem potenciar a propagação do vírus e proteger os setores da população mais vulneráveis aos seus efeitos”. A maior preocupação da autarca “reside nos idosos, até porque, face às circunstâncias que estamos a viver, a habitual e imprescindível resposta social das IPSS está bastante diminuída, ainda que os centros de dia estejam a reabrir com especiais cuidados, incluindo a realização de testes serológicos a todos os utentes por parte da equipa destacada para o efeito pelo Município”.
A líder do executivo camarário cantanhedense enalteceu ainda “o trabalho da Delegada de Saúde, Rosa Monteiro, quer no desencadear dos mecanismos de prevenção em várias frentes, quer na implementação dos planos de contingência”, e enfatizou “o esforço abnegado dos profissionais dos diferentes serviços de saúde do concelho”, tendo manifestado “a total disponibilidade da autarquia para continuar a cooperar com todas as entidades envolvidas nesta dura batalha que estamos a enfrentar”.
Uma das questões analisadas na reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil prende-se com os procedimentos a adotar para se evitarem os riscos de contágio no Dia de Finados, em 2 de novembro, estando já definido que não são permitidas as tradicionais celebrações nos cemitérios, as quais deverão ser realizadas nas igrejas, respeitando sempre o distanciamento social e demais normas estabelecidas para os serviços eclesiásticos. Estas e outras diretrizes vão constar num documento orientador que está a ser concluído em articulação com a Delegada de Saúde, o qual será enviado aos párocos e os presidentes de junta, cabendo a estes últimos controlar o número de pessoas que poderão visitar.
Outro dos assuntos abordados foi o início das atividades do ano escolar condicionado pela pandemia, tendo a este respeito sido destacado a cooperação entre os agrupamentos de escolas, a Câmara Municipal e a Delegada de Saúde. Partindo do reconhecimento de que nesta altura se vive um clima de grande serenidade em todos os graus de ensino, aquelas entidades estão em permanente contacto com as autoridades de saúde e avaliam constantemente as medidas, as circunstâncias e os planos de contingência, estando acautelada a troca de toda a informação necessária, de forma a que, perante qualquer ocorrência que venha a surgir, sejam implementados os procedimentos definidos nos planos de contingência dos estabelecimentos escolares.
Numa intervenção por vídeo conferência, o diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Mondego, José Luís Biscaia, manifestou algum otimismo relativamente à resolução dos eventuais problemas decorrentes do cruzamento da Covid-19 com a gripe sazonal. “O processo de aquisição das vacinas para a gripe encontra-se a decorrer sem atrasos e com normalidade”, disse aquele responsável, sublinhando que alimenta “a expetativa de que, se forem devidamente cumpridas as regras de prevenção, como o afastamento social, o uso da máscara e outras, tenderá a haver uma redução da disseminação do vírus”.
José Luís Biscaia congratulou-se com “a disponibilidade e a colaboração prestada pela Câmara Municipal de Cantanhede no desenvolvimento das ações de testagem de suspeitos de infeção nas suas diversas vertentes – drive-thru, IPSS, testes de rastreio, etc. –, tendo caraterizado “a atuação da autarquia como um valioso exemplo de parceria, pelo apoio logístico atempado que permite minimizar o risco de transmissão da Covid-19”.
Igualmente por videoconferência interveio Teresa Vaio, diretora clínica do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, que falou dos “mecanismos de prevenção em curso na unidade hospitalar e o plano de contingência que está a ser seguido com muito rigor em todas as práticas e processos”, salientando a “existência de equipas específicas dedicadas aos cuidados continuados e aos cuidados paliativos”. Além destas medidas, Teresa Vaio referiu-se à “importância dos horários desfasados, já implementados, bem como do teletrabalho nas situações em que isso tem sido possível” e concluiu a informar que “o hospital já pode contar com as vacinas necessárias para fazer a vacinação dos profissionais de saúde e dos utentes contra a gripe”.
Também numa intervenção realizada por videoconferência, Manuela Veloso, diretora do Centro Distrital de Coimbra da Segurança Social, deu conta da “criação das brigadas de intervenção rápida do Distrito de Coimbra, compostas por 22 profissionais” – médicos, enfermeiros, psicólogos e auxiliares de técnicos de lares –, que vão intervir nas instituições sociais que fiquem sem pessoal devido a surtos de Covid-19”, tendo admitido a “colaboração das forças armadas neste processo”.
Aquela responsável destacou ainda a possibilidade de “reforço dos recursos humanos das IPSS, “através da Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde – MAREESS, uma medida temporária e excecional com a duração inicial de um a três meses completos prorrogáveis por um período de um, dois ou três meses, até 31 de dezembro de 2020. Este projeto visa apoiar a realização de trabalho socialmente necessário, para assegurar a capacidade de resposta das instituições públicas e do setor solidário com atividade na área social e da saúde, durante a pandemia de Covid-19.
Na reunião da Comissão Municipal participaram também o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, os vereadores Adérito Machado e Célia Simões, a presidente da União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça, Aidil Machado, esta em representação das juntas de freguesia, o presidente do Conselho de Administração da Inova-EM, o Comandante Operacional Municipal, Hugo Oliveira, a Delegada de Saúde, Rosa Monteiro, o comandante dos Bombeiros Voluntários, José Oliveira, o Capitão do Porto da Figueira da Foz, João Severino, e o representante da Comandante do Destacamento Territorial da GNR em Cantanhede, Celso Marques.
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