O Ministério Público francês solicitou hoje uma pena de prisão suspensa de três anos para o motorista português que guiava o autocarro que se despistou em 2017, numa estrada em França, matando quatro portugueses e ferindo outros 28.
A 8 de janeiro de 2017, 32 portugueses residentes na Suíça, de regresso de férias em Portugal, viajavam no autocarro de 40 lugares a caminho de Genebra quando este fugiu da estrada, um eixo que atravessa a França de leste a oeste e que é apelidado de "estrada da morte" devido à sua perigosidade.
O procurador salientou "uma acumulação de culpas pessoais do condutor", Henrique Beiroto Angelo, um português de 44 anos que tinha sido acusado de homicídio involuntário e de ferimentos involuntários perante o tribunal criminal de Macon (leste de França).
O Ministério Público pediu ainda uma multa de 100.000 euros a cada uma das duas pessoas coletivas: Angelo Taxi e Rota das Gravuras, respetivamente o proprietário do autocarro e a empresa de transportes, que foram processados por homicídio involuntário e lesões involuntárias por pessoas coletivas.
O procurador apontou para "má conduta profissional por parte de pessoas coletivas, com base na má manutenção do autocarro e do reboque".
Mesmo antes do acidente, o autocarro viajava a quase 90 quilómetros/hora, uma velocidade considerada excessiva por causa do gelo que havia em janeiro. Pouco antes, o veículo viajava a 101 km/h, de acordo com relatórios de peritos.
As análises também destacaram o peso do reboque de bagagem, que teria abrandado a travagem, bem como o excesso de ar dos pneus.
O condutor e o seu pai, Narciso Ângelo, o representante legal dos dois arguidos, não estiveram presentes no julgamento.
Lusa
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