Três instalações artísticas, que simbolizam os pescadores que usavam as bateiras para pescar nos rios do concelho, “emolduram” a paisagem icónica da Pateira.
“Queremos unir as margens da Pateira, num laço único entre Espinhel, Fermentelos e Óis da Ribeira, com um simbolismo especial para os pescadores que usavam as bateiras para pescar”, disse Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, sobre as três instalações artísticas que foram colocadas naquelas três margens.
Tratam-se de três peças de arte em ferro que integram o “3 Territórios, 1 Rio que nos Une”, um projeto interconcelhio de programação cultural em rede, que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal de Águeda, em parceria com os Municípios de Albergaria-a-Velha e de Sever do Vouga.
Ao todo foram colocadas, no âmbito do projeto, cinco instalações artísticas que têm como motivo “unir através da arte”, declarou Edson Santos. “Queremos representar a tradição, sendo que o conceito entre as cinco peças é distinto”, sublinhou, explicando que, em Águeda, as esculturas “são uma representação dos pescadores que usam as bateiras nos rios do concelho”. Estas três silhuetas dos pescadores, instaladas em Águeda, são iguais, diferindo apenas nos complementos: uma tem um balde, outra tem um cadeado e a outra um garrafão cortado para tirar água.
“Adorei fazer estas representações destas personagens. Tudo o que é criar, fazer coisas e vir cá, presenciar e partilhar a minha experiência é algo que me dá muito prazer”, declarou Miguel Ángel Bordera, CEO e diretor artístico da companhia espanhola Carros de Foc, sublinhando que “sair da rotina, transmitir e receber conhecimento é enriquecedor”.
Para além de colocar as esculturas nas margens da Pateira, o artista dinamizou um workshop com alunos do 1.º ano de artes (10.º ano) da Escola Secundária (ES) Marques de Castilho. “Se eu fosse estudante, adoraria que me falassem do caminho e sobretudo receber muitos conselhos. Quando se começa no mundo das artes, podemos frustrar-nos facilmente, porque é duro, pelo que acho que é interessante receber este conhecimento”, frisou, apontando que eles (alunos) “são o futuro”.
O primeiro, e mais relevante, conselho que deu foi que “têm que ser únicos, autênticos e criativos, criando coisas que não existem, porque sem a arte, tudo seria mercadoria; a arte é o que nos diferencia dos animais” e permite “criar emoções, descobrir coisas”.
Os alunos do 10.º B da ES Marques de Castilho estavam satisfeitos e de rosto iluminado ao receberem estes conselhos. “Abre a mente para o que se pode fazer”, disse Ema, de 16 anos, que foi complementada por Joana, de 17 anos, que considerou a “aula” dada pelo artista “muito interessante e divertida”. Também Fabiana, de 16 anos, disse que esta foi uma oportunidade “de aprender coisas novas”.
O artista espanhol, conhecido internacionalmente pelas esculturas gigantes, fez mais duas peças no âmbito deste projeto interconcelhio, que foram instaladas em Albergaria-a-Velha e em Sever do Vouga.
Refira-se que, para além destas instalações artísticas, estão programados um conjunto alargado de espetáculos, festival gastronómico, recriações históricas e atividades náuticas e de birdwatching.
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