terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Crónica Postal | A DEMOCRACIA NÃO PODE PERDER A IMPRENSA INDEPENDENTE


A situação grave em que se encontra um dos maiores grupos de comunicação social do país tem que ser um alerta. O grupo JN já não consegue disfarçar a incapacidade para cumprir a secular tradição de garantir o direito de informar e de ser informado. Há muito que vem a reduzir trabalhadores e consequentemente a reduzir a qualidade. O número de leitores reduz, a audiência diminui, a publicidade também. É um círculo vicioso que se não se puser não acaba mal. É o caso.

A essência da democracia é garantir que haja uma imprensa independente de poderes políticos e económicos. Só assim pode ser assegurado um jornalismo que sirva o interesse público. Uma imprensa que seja o quarto poder e não o quarto do poder.

O grupo JN/TSF/DN passou da propriedade do estado para a Lusomundo, que dominava o mundo do cinema. Depois foi comprada pelo grupo Olivedesportos, que detinha O Jogo. E daí até cá foi passando de mãos, reduzindo quadros, qualidade, diminuindo o investimento. Acabou propriedade de um fundo do qual nada se sabe. Sabe-se que tem sede nas Bahamas, um paraíso fiscal. Ninguém sabe quem é o dono.

Deve ser colocada com a questão de saber como é possível isto estar a acontecer. Existindo leis muito claras sobre a transparência das empresas. Com regulamentos muito exigentes, para não existir concentração. E também acautela a participação de entidades estrangeiras. Cabe à Entidade Reguladora assegurar essa fiscalização. O que tem feito (às vezes com exagerada atenção na imprensa regional).

Que se passa afinal?

Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional


DESTAQUE

Ninguém sabe quem é o dono [do grupo JN/TSF/ DN/ O JOGO]

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