“Vespa velutina - que futuro?” foi o
tema do seminário que se realizou na quarta-feira, 19 de março, na
Biblioteca Municipal de Cantanhede, para exposição de técnicas e
futuras estratégias a utilizar para a tentativa da erradicação da
espécie e projetar estratégias de mitigação e controlo das “Vespa
soror” e “Vespa
orientalis”.
Na
sessão de abertura, a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede,
Helena Teodósio, sublinhou a “preocupação
da organização em promover a abordagem da vespa velutina sob
diferentes perspetivas”,
uma praga que continua hoje a
afetar “o equilíbrio
ambiental, a economia, a saúde pública e a segurança coletiva,
causando impactos devastadores nos ecossistemas e nas diversas
atividades humanas”.
De
acordo com a autarca, logo que o problema foi detetado no concelho, o
Município “desencadeou as
ações necessárias para o combater, processo que passou pelo
crescente investimento nos meios dispositivos necessários para esse
combate”, referiu Helena
Teodósio, adiantando que “foram
imediatamente postas em prática as ações previstas no Plano de
Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal,
designadamente através da constituição de uma brigada específica
e da aquisição de equipamentos que facilitam a captura e destruição
dos ninhos, com o apoio dos Bombeiros Voluntários”.
O
primeiro ninho de vespa velutina foi detetado em 2015, na freguesia
de Murtede. Em 2024, esse número subiu para 791, o que não só
evidencia a gravidade do problema, mas também reflete o aumento da
capacidade de deteção e destruição desses focos, que representam
uma ameaça à biodiversidade.
Este
seminário, organizado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil de
Cantanhede, teve como objetivo desmistificar e minimizar o risco
associado tanto para o homem como para o meio ambiente.
A
ideia foi ainda promover a interligação entre cientistas e
investigadores com os operacionais que diariamente desenvolvem ações
de combate e erradicação.
Ao
longo da manhã, num auditório lotado por apicultores, técnicos
municipais, bombeiros, sapadores florestais e demais interessados no
tema, foram discutidas diversas temáticas, divididas em dois painéis
“Combate à espécie invasora” e “A investigação e a
emergência”, por parte de diferentes especialistas de várias
entidades nacionais e regionais - Comunidade Intermunicipal (CIM) da
Região de Coimbra, Centro de Ecologia Funcional da Universidade de
Coimbra (CFE/UC), Instituto Nacional de Investigação Agrária e
Veterinária (INIAV) , Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Federação
Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM).
Na
sessão, a presidente da Câmara aproveitou ainda para enaltecer a
estratégia que tem vindo a ser desenvolvida pela CIM da Região de
Coimbra, a partir do conhecimento e
da experiência dos 19 municípios e de outros agentes do território
que nos últimos anos têm colaborado na implementação de medidas
de prevenção, controlo e combate à vespa velutina.
“Aquilo
que se pretende é criar uma dinâmica com setores-chave (apicultura,
centros de investigação/universidades, entre outros), de forma a
recolher e reunir todo o conhecimento já existente no território e
rentabilizá-lo para as ações que se pretendem desenvolver, razão
pela qual irão ser incluídas diferentes entidades parceiras, bem
como a população em geral”,
concluiu.
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