domingo, 6 de dezembro de 2015

VIVEMOS EM UMA SOCIEDADE EM CRISE MORAL

Dias atrás fiquei observando um rapaz de moto, em uma das passeatas de Rodolfo Fernandes, rodando várias vezes na areia próxima ao Bar do Gavião. A poeira voava alto. Não teve ninguém que estivesse por perto que não tenha respirado areia naquele momento.
Fiquei pensando o que passa na cabeça de um jovem como este. Sei que jovem é jovem. Momento da vida em que tudo é muito intenso: os sentimentos, as acções, as vibrações, as emoções, as paixões. Mas uma atitude desse nível não me parece ser justificada apenas pela idade e inexperiência de vida.
Aquele acto me deu a certeza de que muitos de nossos jovens não estão tendo a formação necessária para conviver em sociedade, fruto de uma difícil realidade pela qual estamos passando, com grave crise familiar, ética e social.
Na família, hoje, a coisa mais comum é o desrespeito entre as pessoas. A falta de diálogo e compreensão resultando na agressividade constante entre esposa e esposo, pais e filhos, irmãos e irmãos. Dificuldades que quase sempre tem como raiz a falta de recursos financeiros que possam cobrir os desejos mais diversos de todos os seus membros. 
Na ética, somos obrigados a conviver com muito mais informações que nos trazem os belos exemplos de nossas autoridades roubando, se corrompendo, defendendo que o dinheiro deve estar acima dos princípios. E ainda muitas das pessoas que deveriam ser nossos guias e líderes, se acomodando em suas actividades, além de criticarem os que procuram lutar para construir algo bom. Exemplos negativos que são absolvidos por todos nós, como se fossem naturais.
Na sociedade, a olhos nus, afloram a vaidade, o orgulho, o desprezo pelo próximo, a individualidade, o mal caratismo, todos esses e muito outros, alimentados pelo desejo de consumo, as drogas e o materialismo.
Para onde vamos não sei. Sei que onde estamos reflecte, cada dia mais, uma sociedade sem horizonte, esperança e fé em Deus.
Talvez este quadro justifique actos como o da moto levantando poeira e outros que prefiro nem comentar, mas que somos forçados a ter que conviver em nosso dia a dia.
Torço para que a luz do Senhor possa clarear as mentes e os corações de nosso povo, enquanto ainda é tempo.


por Sergio Levy - Jornalista 

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