A boneca mais famosa do mundo fartou-se de ser vista como um objeto
perfeito. Quer ter um corpo parecido com as mulheres de carne e osso e deixar
de ser só uma loura de olhos azuis
A Barbie, a boneca mais famosa do mundo, terá este ano três novas versões que pretendem ir ao encontro das medidas reais dos corpos das mulheres atuais e romper com um conceito de beleza estereotipado. Pela primeira vez em 56 anos, a boneca icónica, conhecida pelo longo cabelo loiro, olhos azuis e um corpo com uma perfeição irreal, vai ter três novos tipos de corpo: "alta, "com curvas" e "pequena".
A par das novas medidas -- a versão tradicional continua a ser comercializada -, a boneca ganha ainda sete novos tons de pele, 22 cores de olhos e 24 estilos de penteado.
"A Barbie é um reflexo do mundo tal como as jovens raparigas o veem hoje", explicou Richard Dickson, o presidente executivo do fabricante norte-americano Mattel, citado num comunicado. "A sua capacidade de evoluir com o tempo, permanecendo fiel ao seu espírito, é fundamental para explicar porque a Barbie é a boneca número um do mundo", acrescentou o responsável.
Para Evelyn Mazzocco, vice-presidente e diretora geral global da marca Barbie, esta aposta é uma responsabilidade. "Acreditamos que temos uma responsabilidade para com as jovens raparigas e para com os pais de refletir uma visão mais alargada da beleza", destacou Evelyn Mazzocco.
Para algumas vozes, este reconhecimento da diversidade da beleza feminina por parte do fabricante da boneca icónica é tardio.
Esta novidade poderá dar um novo impulso às vendas da boneca, que têm vindo a descer nos últimos três anos e recuaram 16% no primeiro semestre de 2015.
O fabricante norte-americano fez ao longo dos anos várias tentativas para diversificar o universo da Barbie, mas sem alterar as medidas da boneca. Em 1980, a Mattel lançou a "Black Barbie", uma boneca com um tom de pele escuro e com um cabelo de estilo afro.
Em 2014, o designer gráfico norte-americano Nickolay Lamm criou a Lammily, uma boneca que desafiava os padrões normais do mercado, ao ter celulite, alguns quilos a mais e nenhuma maquilhagem.
O objetivo do designer foi aproximar a imagem tradicional deste tipo de bonecas à realidade da mulher comum, explicou então em declarações ao jornal The Washington Post.
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