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O
racionamento do fornecimento de eletricidade na Venezuela originou protestos em
diversas localidades do país na terça-feira à noite, tendo havido tentativas de
pilhagem de estabelecimentos comerciais em alguns locais.
Segundo
as páginas de Internet dos jornais locais, os maiores protestos ocorreram em
Maracaibo, uma das cidades mais quentes da Venezuela, situada a oeste da
capital, onde desde há dois dias a população reclama pela falta de
eletricidade.
Os
manifestantes queixam-se de que os cortes de energia são contínuos e que duram
muito mais tempo do que as quatro horas diárias estipuladas pelo Executivo para
poupar eletricidade e reduzir a descida do nível de água das barragens, na
sequência da seca que atinge o país.
Ao
começo da noite de terça-feira, os protestos intensificaram-se, tendo inclusive
um grupo entrado à força na sede do Serviço Administrativo de Identificação,
Migração e Estrangeiros e levado vários computadores.
O
governador local, Árias Cárdenas, apelou à população para condenar os atos
violentos, sublinhando que "a destruição e a violência não solucionam os
problemas, somente com solidariedade e unidade é possível resolver as
dificuldades".
Utilizadores
do Twitter dão conta de que durante os protestos foram saquedas diversas lojas
comerciais e camiões que transportavam bebidas e animais.
Mais
de 1.500 polícias foram enviados para as ruas para tentar controlar a situação.
Em
Caracas, segundo residentes no bairro Bella Vista de La California (leste), um
grupo de homens armados tentou saquear uma sucursal da rede de supermercados
estatais Pdval, levando à intervenção da Polícia Nacional Bolivariana.
No
Estado venezuelano de Arágua, 100 quilómetros a oeste de Caracas há registos de
protestos com a população a bater em panelas nas localidades de Maracay, Cágua,
El Limón e El Castaño.
Por
outro lado, no Estado de Carabobo (200 quilómetros a oeste de Caracas),
decorreram várias manifestações simultâneas em sete urbanizações da cidade de
Valência.
Nesta
cidade, no meio dos protestos, foi saqueada uma charcutaria e um restaurante.
No
Estado de Lara houve protestos em várias zonas da cidade de Barquisimeto (370
quilómetros a oeste de Caracas), com a população a queimar pneus.
A
25 de Abril, a Venezuela implementou um novo plano de racionamento de energia
elétrica, que passa também pelo corte de fornecimento doméstico, durante quatro
horas diárias ao longo de 40 dias.
O
novo plano de racionamento poderá prolongar-se até o nível da principal
barragem do país (El Guri) recuperar ou até começar a época das chuvas (finais
de maio).
"Com
estas quatro horas diárias, os venezuelanos vão colaborar para deter a descida
do nível [de água] da Central Hidroelétrica no Guri", explicou o ministro
de Energia Elétrica, Luís Motta Dominguez, à televisão pública.
Segundo
o ministro, a seca provocada pelo fenómeno climático El Niño fez descer o nível
de água da barragem de El Guri, a mais importante do país, a um mínimo
histórico.
O
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na terça-feira que a partir
de hoje os serviços públicos do país param as atividades às quartas, quintas e
sextas-feiras, durante pelo menos duas semanas, para poupar energia elétrica.
Em
Março, Nicolas Maduro decretou dias feriados o período entre 19 e 27 de Março,
coincidindo com a época da Páscoa.
Todas
estas medidas visam poupar energia e água.
Fonte:
Lusa
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