sábado, 7 de maio de 2016

Mais empresários portugueses nos Panama Papers

O escândalo dos Panama Papers veio para ficar. O Expresso e a TVI revelaram este sábado o nome de mais sete empresários.

© Getty Image

O polémico caso dos Panama Papers continua a dar que falar. O Expresso e a TVI, que integram a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, apuraram que há mais portugueses envolvidos no escândalo das empresas offshore.

Hélder Bataglia, Luís Horta e Costa e o luso-brasileiro Fausto da Silva Costa fazem parte do pequeno grupo de pessoas que controla a Ecoplan Finance Limited, junto da filha do presidente do Congo, Julienne Sassou.

Esta empresa offshore foi criada em 1998 nas Ilhas Virgens Britânicas pela Mossack Fonseca, empresa de advogados do Panamá que está na origem desta investigação.

A Ecoplan Finance serviu como uma sociedade-veículo para controlar o capital social da Escom Congo, uma das maiores empresas de construção e imobiliário do país, explicam o Expresso e a TVI.

A saber ainda que Bataglia e Horta e Costa são os fundadores da Escom, "o braço não-financeiro do Grupo Espírito Santo (GES) para África", segundo o semanário.

Hélder Bataglia, que é presidente e dono de 33% da Escom, é o português que mais vezes é referenciado nos Panama Papers, sendo que o seu nome aparece em 1.200 documentos, tal como o nome de Luís Horta e Costa.

Os portugueses aparecem como beneficiários de 23 companhias offshore, registadas nas Ilhas Virgens Britânica e criadas no âmbito dos negócios que a Escom foi estabelecendo em Angola e no Congo.

Os dois meios de comunicação social dão conta ainda este sábado do nome do empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho que surge nos documentos enquanto beneficiário de quatro sociedades offshore. Uma delas é a White Ceder Ltd., sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

Esta empresa é uma das 32 offshore que, junto da Mossack Fonseca, tinha como intermediário a Signet Wealth Management SA, uma sociedade gestora de patrimónios, regulada pelas autoridades suíças, da qual Álvaro Sobrinho é accionista.

Questionado pelo Expresso e TVI, Álvaro Sobrinho explicou que esta empresa “gere os seus ativos de acordo com a lei suíça e, portanto, não é uma sociedade offshore”.

Relativamente aos três outros empresários que aparecem nos documentos, Álvaro Sobrinho surge como beneficiário da Ulys Enterprises Ltd, Antão Holdings Ltd e Sherio Management Limited, que foram declarados como “poupanças pessoais”.

Há ainda registo do dono da Octapharma, empresa que contratou José Sócrates como consultor em 2013, em que o seu nome aparece nos ficheiros da firma de advogados como proprietário de duas companhias: a New Ruby One e a New Ruby Two, criadas nas Ilhas Virgens Britâncias em 2011.

O advogado de Joaquim Paulo Nogueira Lalanda e Castro refere que “as empresas estão devidamente reportadas às autoridades fiscais suíças e plenamente integradas no seu património”.

Outro nome português que consta dos documentos é Pedro Carvalho de Almeida devido à empresa NEF Investments Limited, criada em Malta em 2013, mas o próprio garante que paga os seus impostos.

Também António José dos Santos Ferro, que foi cabeça de lista do Nós Cidadãos pelo círculo da Europa nas passadas eleições para a Assembleia da República, surge identificado como um dos beneficiários da offshore PPI Corporation em 2003. “Não conheço essa empresa, não sei nada sobre ela, nem como é que o meu passaporte e os meus dados foram aí parar”, garantiu.

Fonte:noticiasaominuto


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