O presidente do Partido Popular Europeu, que integra a maior parte dos partidos conservadores da Europa, escreveu uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a pedir que as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento “sejam aplicadas sem permissividade” – incluindo as da “vertente correctiva”.
A carta do presidente do PPE, Manfred Weber, a que o jornal Expresso teve acesso, foi enviada a 2 de maio, dois dias antes da reunião do Colégio de Comissários da Comissão Europeia que aprovou as previsões económicas de primavera.
Weber manifesta na carta a sua “profunda preocupação com uma interpretação, implementação eaplicação permissivas do Pacto de Estabilidade e Crescimento” por parte dos países que mantêm défices orçamentais acima de 3% do PIB – ou seja, Portugal e Espanha.
Segundo o Expresso, o eurodeputado alemão defende que “todos os instrumentos, incluindo os da vertente corretiva do PEC, devem ser usados na sua força máxima.”
O presidente do PPE, de que fazem parte o PSD de Passos Coelho e o PP do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, exorta Juncker a “assegurar uma implementação plena e coerente” das regras orçamentais a que todos os Estados-membros se comprometeram.
A confirmar-se a aplicação de sanções a Portugal, o seu valor poderia ascender aos 360 milhões de euros.
A carta de Weber terá apanhado de surpresa Paulo Rangel e o espanhol González Pons, vice-presidentes do PPE, que não sabiam que Weber tinha escrito a Juncker.
A aplicação de sanções afectaria directamente dois partidos membros do PPE. Em Espanha, o PP encontra-no no governo e vai a eleições em junho. Em Portugal, o PSD de Passos Coelho governou o país durante 4 anos sem conseguir manter o défice abaixo dos 3% do PIB.
Contactado pelo Expresso, Weber dá a entender que as suas palavras foram mal interpretadas e explica que o seu objectivo era apenas evitar que a Comissão Europeia impusesse a Portugal e Espanha regras diferentes das que impõe a Itália ou França.
“Uma coisa é aplicar a flexibilidade do PEC dentro das regras do PEC, outra, muito diferente, é aplicar esta flexibilidade apenas a alguns países amigos que partilham da mesma cor política”, diz Weber.
ZAP
Comentário: os abutres dos países asfixiados pelas medidas que lhes impuseram. São uns infelizes e arrastam os outros também, porque não querem ser sozinhos.
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