A maioria dos 700 utilizadores do simulador da Deco que permite aos utentes perceber se esperaram demais nas urgências hospitalares suportou uma espera superior ao recomendado pela Triagem de Manchester.
De acordo com esta organização de defesa dos direitos do consumidor, desde Julho de 2015 até Julho deste ano o simulador foi usado por 700 utilizadores que, desta forma, puderam averiguar se esperaram mais tempo do que o recomendado por este sistema de triagem.
Baseado em critérios acordados a nível internacional, a triagem de Manchester permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, através de uma cor de pulseira, que pode ir do vermelho (situações de emergência, que exigem atendimento imediato) ao azul (identifica as situações não urgentes, cuja espera se admite até quatro horas).
De acordo com a Deco, Julho de 2015 foi o mês em que mais utentes recorreram a esta ferramenta (16,4%) e foi também neste mês que se registaram mais casos fora do tempo recomendado.
Em 2016, 28,4% das simulações foram em Janeiro, o mês em que se registou mais casos fora do tempo recomendado.
Dos utilizadores, 65,3% foi às urgências porque considerou que a sua situação era grave e necessitava de ir para o hospital, 7,1% foi reencaminhado pela linha de Saúde 24 e 10,4% foi ao hospital porque o centro de saúde estava fechado.
A Deco refere que em 57% dos casos (401) a espera foi superior ao recomendado pela Triagem de Manchester. O tempo foi ultrapassado entre 146 minutos e 880 minutos.
A associação sublinha que "em apenas quatro por cento dos casos foi dada uma explicação ao utente pela demora".
Em 65% dos casos urgentes (pulseira amarela) e 57% das situações pouco urgentes (pulseira verde) o tempo foi ultrapassado.
"As situações muito urgentes e de emergência revelaram os maiores problemas no atendimento dentro dos prazos recomendados: 86% dos casos esperaram mais do que deviam em casos muito urgentes (pulseira laranja) e 85% com pulseira vermelha".
Ainda assim, a Deco ressalva que foram poucos os casos nestas situações: 57 simulações (9,7%) em situações muito urgentes e 23 simulações (quatro por cento) de emergência.
Fonte: Lusa
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